Walder Galvão - Especial para o Correio, Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 08/05/2018 08:48
Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu 13 pessoas em Planaltina na manhã desta terça-feira (8/5). A ação, batizada de Terra Prometida, desarticulou uma associação criminosa acusada de formar uma milícia, que cobrava dinheiro para que as famílias pudessem permanecer no acampamento Zilda Xavier. Quatro pessoas estão foragidas e dois adolescentes foram detidos pela Polícia Militar antes da ação.
Além das prisões, os agentes cumpriram mais 12 mandados de busca e apreensão. As investigações partiram da 16; Delegacia de Polícia (Planaltina) e duraram seis meses. Os detidos são acusados de praticar no assentamento e em áreas próximas os crimes de latrocínio, homicídio, extorsão, roubo, grilagem de terra, furto e outros crimes. Cerca de 80 agentes das 1; (Asa Sul), 2; (Asa Norte) e 5; (Área Central) delegacias de polícia participaram da operação, além das Divisões de Operações Especiais e Aéreas (DOE/DOA).
Segundo a PCDF, um homem, identificado como Benedito Gonçalves de Melo Filho, 42 anos, era responsável por comandar o grupo. A segunda líder é Neli Rodrigues da Trindade, 42, responsável por extorquir as famílias. O homem era o responsável por recrutar moradores da região, inclusive adolescentes, e distribuía armas para que eles extorquissem quem vive no local. Quando as famílias negavam o pagamento da taxa cobrada, o grupo invadia as residências, roubava os pertences, agredia os donos do imóvel, incendiava o lugar e vendia o lote para pessoa.
"Quando esse morador saía do barraco, o Benedito colocava outra pessoa no local, que deveria pagar as taxas. Todas essas ações tiraram a ordem pública e, nesta primeira fase, a operação focou nisso. Agora, teremos os desdobramentos a partir das 121 provas coletadas", esclarece o delegado Edson Medina, chefe da 16; DP.
As famílias tinham que pagar, em média, R$ 500 em dinheiro ou por meio de troca. O repasse para os demais integrantes do grupo não foi esclarecido. A investigação ainda elucidará a forma de agir dos criminosos. Ainda não há a comprovação de agentes públicos na associação. Contudo, o delegado explica que ; se caracterizava o embrião de milícia privada, dado ao uso de armas de fogo, as ameaças e aos diversos delitos graves;.
O grupo responderá por associação criminosa, com agravante do uso de arma de fogo e emprego de menores de idade, com penas de 4 a 8 anos, ou por milícia armada, com pena de 4 a 8 anos.