Cidades

Após reclamação de motoristas, DER extingue faixa exclusiva na DF-001

O Departamento de Estradas de Rodagem concordou que manter uma faixa exclusiva para ônibus, táxis e vans escolares congestionava o trecho

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 10/05/2018 20:01
O trecho de 3,5km teve um corredor exclusivo por um ano
A faixa exclusiva para ônibus, táxis e vans escolares na DF-001 da Estrada Parque do Contorno (EPCT) foi extinta pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) nesta quinta-feira (10/5). A decisão busca dar mais fluidez à via, que tem registrado muitos engarrafamentos.
O trecho onde a pista exclusiva foi eliminada tem 3,5km e fica entre a Academia de Polícia Civil do Distrito Federal, no Riacho Fundo II, e o viaduto que dá acesso ao Pistão Sul, de Taguatinga.
Já a faixa exclusiva após o viaduto do Pistão Sul, na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), continua existindo. "Esta é uma faixa fixa, que já estava prevista, diferentemente da que ficava na EPTC, que era provisória", explica o superintendente da Superintendência de Trânsito do DER, Carlos Alberto Spies.
De acordo com Spies, desde a demarcação da faixa na EPTC, um ano atrás, as reclamações dos motoristas, por conta dos engerrafamentos formados, eram constantes. "A partir disso, fizemos uma análise e percebemos que sete faixas que davam acesso à pista, vindas de Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II, acabam virando apenas duas, o que travava o trânsito", explica.

Especialista questiona decisão

Professor e pesquisador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília (UnB), Pastor Willy Gonzales Taco não tem tanta certeza sobre a eficácia da decisão. "Naquela região, tanto em direção do Plano Piloto como saindo, há muitos retornos, e o fluxo é bem agressivo. A pergunta é: quais os ganhos em termos de segurança? Com a faixa, o fluxo está represado, certo, então a velocidade do fluxo diminui. Isso é um controlador natural importante que restringe o excesso de velocidade. Quando tira a faixa, ou restritor, naturalmente a velocidade tende a aumentar", avalia.
O especialista prossegue: "A segunda questão é se as ações de controle que possibilitam um fluxo seguro estão sendo planejadas? Elas existem? Uma terceira questão surge da composição do fluxo, pois teremos ônibus, automóveis e motocicletas circulando num mesmo espaço. E naquelas regiões, a moto leva a pior. O que se prevê em termos disso? A fluidez é um aspecto, mas não é tudo a ser consderado".

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