Augusto Fernandes
postado em 11/05/2018 20:01
Um ano e três meses depois de assassinar a ex-mulher, Anésio Rodrigues da Cruz foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) a cumprir 20 anos de prisão. Em fevereiro de 2017, ele matou Elza Madanha da Costa Cruz, após uma discussão motivada pelo desejo da vítima de adotar uma criança.
Apesar de serem divorciados à época, os dois ainda moravam juntos e mantinham relação de afeto, segundo consta no processo. Anésio era contra a ideia da adoção e, irritado, usou um machado para golpear o rosto de Elza. O homem também atacou a mulher com uma faca, e só parou quando conseguiu acertar o coração da vítima.
Anésio foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado. Segundo a denúncia feita pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Samambaia, o crime foi praticado por motivo fútil, por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de decorrer de razões da condição do sexo feminino em contexto de violência doméstica, caracterizando o feminicídio.
[SAIBAMAIS]O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorreu da decisão para que a pena seja aumentada. O MPDFT alegou que Anésio aproveitou-se da relação íntima de afeto e convívio que possuía com a mulher para cometer o delito. O recurso ainda será analisado pelo TJDFT.
Oito casos de feminicídio
De acordo com o último relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), entre janeiro e março deste ano aconteceram oito casos de feminicídio no Distrito Federal e 18 tentativas de feminicídio. No mesmo período de 2017, ambas as estatísticas foram inferiores: sete e 11, respectivamente. Além disso, de 2015 para 2017, as tentativas do delito cresceram 950%. O número que era de seis em 2015 passou para 63 no ano passado.
Na última semana, a morte de Jéssyka Laynara da Silva Souza chocou o DF. Ela foi assassinada a tiros pelo ex-namorado e policial militar Ronan Menezes do Rego na sexta-feira passada (4/5). Ronan se entregou à polícia. Preso em flagrante, ele foi conduzido ao Complexo Penitenciário da Papuda. A Justiça determinou a detenção do militar por tempo indeterminado.
Com informações do MPDFT