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Políticos do Executivo e Legislativo têm prazo curto para compor alianças

Definições dos concorrentes para vagas no Executivo e no Legislativo devem ser tomadas apenas no limite das datas determinadas pelo TSE, ou seja, entre 20 de julho e 5 de agosto. Cenário para o Palácio do Buriti segue em aberto

Alexandre de Paula
postado em 13/05/2018 08:00
Palácio do Buriti: disputa acirrada contra a reeleição de Rollemberg

A menos de cinco meses para as eleições, o jogo político no Distrito Federal permanece aberto. Alianças e composições, principalmente para a disputa pelo Palácio do Buriti, só devem ser definidas no limite dos prazos estabelecidos pela Justiça Eleitoral. Operações policiais como a Panatenaico devem embaralhar ainda mais o jogo. A segunda fase das investigações, deflagrada na última sexta-feira, mira o superfaturamento na construção do BRT Sul e pode complicar nomes que pretendem disputar as eleições deste ano.

O calendário eleitoral (veja arte) estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que as convenções para a escolha dos candidatos devem ser realizadas entre 20 de julho e 5 de agosto. Depois disso, partidos e candidatos têm até 15 de agosto para submeter os registros das candidaturas. Os pedidos precisam ser julgados e aprovados pela Justiça Eleitoral até 17 de setembro, data-limite também para que as siglas apresentem concorrentes substitutos, em caso de negativa ou renúncia, o que pode alterar o quadro estabelecido nas convenções.

Enquanto isso, pré-candidatos e partidos no DF seguem as discussões internas. Candidato à reeleição, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve tentar, até os últimos instantes, uma aliança com grupos de esquerda. Presidente do PSB no DF, Tiago Coelho afirma que o partido negocia com diversas agremiações. ;Estamos conversando, principalmente com partidos progressistas;, revela.

Com a desistência de Joaquim Barbosa à candidatura para a Presidência da República, uma aliança com o PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato ao Palácio do Planalto, começou a ser considerada. ;É um dos caminhos a serem analisados, possíveis. Trata-se de um partido que faz parte do campo progressista e com o qual ainda mantemos conversas com bastante intensidade;, comenta o presidente do PSB no DF.

Mesmo com indefinições e divisões internas, o PDT, pelo menos até agora, tem planos diferentes, pois almeja candidatura própria. O nome mais cotado era o do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle. O distrital, no entanto, recuou a candidatura ao Buriti para pleitear uma vaga ao Senado. ;A nossa convenção ainda é em julho. Estamos em trabalho interno, construindo as posições dentro do partido para termos um grupo homogêneo até lá;, esclarece Joe. Mesmo sem o distrital na candidatura principal, o PDT estuda outras frentes para se manter na disputa ao cargo. Um dos nomes mais cotados é o do jornalista Hélio Doyle, que se filiou ao partido neste ano. Doyle atuou como chefe da Casa Civil no início do governo Rollemberg e se firmou como um dos principais articuladores da campanha do socialista ao Buriti em 2014.


Consenso


O quadro é ainda mais aberto no PT. O partido não tem sequer pré-candidato anunciado e precisa correr para viabilizar um nome. Até agora, apenas o bancário aposentado Afonso Magalhães se colocou à disposição para a disputa. Presidente do partido no DF, a deputada federal Erika Kokay garante que o PT terá candidato próprio, sem alianças eleitoreiras. ;Os nossos limites estão dados. Somos oposição a Rollemberg, não há qualquer possibilidade de compor com ele e também não vamos compor com a direita;, aponta.

Pré-candidato pelo PR, o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat está firme na posição de se lançar ao Buriti, mas admite que o cenário permanecerá indefinido até o fim dos prazos eleitorais. ;São questões que precisam de tempo e de entendimento;, resume. Frejat admite que há avanços com o MDB, mas não confirma a possibilidade de o candidato a vice vir dessa sigla, por indicação do ex-governador Tadeu Filippelli. ;Nada está certo, mas temos conversas adiantadas com o MDB e outros partidos. Queremos formar uma chapa que tenha credibilidade e força para a disputa;, diz. Ele dá como garantidos os apoios do deputado federal Alberto Fraga (DEM) e do ex-governador Paulo Octávio (PP), que almejam vaga ao Senado.

Além disso, um grupo de centro-direita apoiado pelo senador Cristovam Buarque (PPS) e pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD) se formou para escolher entre três nomes. Estão no páreo o deputado federal Izalci Lucas (PSDB), o empresário Wanderley Tavares (PRB) e o ex-distrital Alírio Neto (PTB). O grupo, ex-aliado de Frejat, encontra dificuldades para chegar a um consenso e ainda não divulgou o escolhido para a candidatura a governador. Os mais cotados são Izalci e Alírio.

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Rodrigo Rollemberg (PSB)
deve buscar alianças com a esquerda até o fim dos prazos

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Jofran Frejat (PR)
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