Cidades

Operação prende dois veterinários por tráfico de anestésico letal

Durante a manhã desta quinta-feira (17/5), a Polícia Civil cumpre 11 mandados de busca e apreensão por toda a capital

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 17/05/2018 09:31
A investigação que culminou na Operação K Nove durou cinco meses e identificou um grupo de veterinários que tinham livre acesso à substância conhecida como cetamina
Agentes da 1; Delegacia de Polícia (Setor Policial Sul) cumprem, durante a manhã desta quinta-feira (17/5), 11 mandados de busca e apreensão na Asa Sul, Asa Norte, Guará, Lago Oeste (Sobradinho), Riacho Fundo, Núcleo Bandeirante e em Taguatinga. Seis pessoas são acusadas de compor um grupo de tráfico de anestésico de uso veterinário (opiácidos). Até a última atualização desta reportagem, os agentes tinham prendido três pessoas, sendo dois veterinários e um empresário do ramo.
A investigação que culminou na Operação K Nove durou cinco meses e identificou um grupo de veterinários que tinham livre acesso à substância conhecida como cetamina, um anestésico letal. Até o início da manhã desta quinta-feira (17/5), a Polícia Civil prendeu um integrante do grupo, na Asa Norte. No local, agentes apreenderam R$ 40 mil e produtos que eram traficados. O homem mantinha uma clínica no Guará. Outro veterinário e um empresário do ramo acabaram presos em flagrante.
As investigações começaram após a Polícia Civil registrar a morte por overdose de um médico anestesista, em abril de 2017. A vítima seria viciada em anestésicos. O homem fazia pós-graduação em uma faculdade da Asa Sul, para mudar de ramo e tentar escapar do vício.
O nome da operação se deve ao apelido dado à droga por quem a consome: Special K. Ela era vendida, principalmente, em festas animadas por música eletrônica. O Pulmonil é usado, em humanos, como anabolizante. Os outros medicamentos apreendidos deixam a pessoa eufórica.
A ketamina, conhecida no meio do tráfico e dos usuários como Special K, foi o principal material apreendido pelos agentes, totalizando 60 frascos do anestésico animal. Em humanos, o produto é transformado em pó para inalação, que causa anestesia, euforia e alucinação.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do DF (CRMV) aguarda denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) para abrir um processo ético contra os veterinários envolvidos. A ação pode culminar desde uma advertência, até a cassação dos profissionais.

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