Cidades

Ex-militar do Exército é preso acusado de traficar armas de fogo

Essa é a terceira fase da Operação Paiol, que resultou na prisão de 19 pessoas e a apreensão de 29 armas de fogo

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 18/05/2018 09:15

O material apreendido foi encontrado na casa do ex-militar do Exército, em Águas Claras

Agentes da 23; Delegacia de Polícia (P Sul) prenderam duas pessoas suspeitas de tráfico de armas de fogo e munições nesta sexta-feira (18/5). Um dos criminosos é ex-militar do Exército e o outro se passava por policial militar para intermediar a venda do armamento.

Essa é a terceira fase da operação, batizada de Paiol, que resultou, até o momento, na prisão de 19 pessoas. Com os suspeitos, os agentes encontraram um fuzil, duas pistolas, mais de 10 mil munições, R$ 1,6 mil em espécie e R$ 20 mil em cheques. De acordo com o delegado à frente do caso, Victor Dan, a investigação ainda irá apontar a origem das armas. ;Continuaremos a apuração e, se necessário, faremos uma nova fase da operação;, ressalta.

Todo material apreendido foi encontrado na casa do ex-militar do Exército, em Águas Claras. O outro suspeito também foi preso em casa, em Samambaia. Eles devem responder por associação criminosa e venda e porte de arma de fogo e munições. Se condenados, podem cumprir pena de 8 a 15 anos de reclusão.

As investigações começaram há seis meses, após a prisão de um suspeito que usou uma arma de fogo que teria sido alugada de um dos integrantes do esquema. Segundo o delegado, o armamento era alugado e vendido na região de Ceilândia para criminosos que cometiam roubos, furtos, homicídios e latrocínios.

O Correio entrou em contato com o Exército Brasileiro por e-mail, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Operação Paiol

A primeira etapa da Operação Paiolocorreu em março deste ano, quando um ex-policial militar de Goiás, identificado como Pedro Henrique Freire de Santana, começou a ser investigado e acabou preso. A suspeita do delegado Victor Dan é a de que o homem conseguiu as armas com ex-colegas de serviço. Além do militar, outras 16 pessoas foram presas, e houve a apreensão de sete armas e drogas.

Preso em Samambaia, Pedro matinha em casa os artefatos. O ex-militar utilizava uma distribuidora de bebidas, uma loja de celulares e uma barbearia para o comércio ilegal. Ele teria fornecido o armamento para criminosos, que fizeram um roubo na QNN 10, em Ceilândia. A ação foi o pontapé da investigação. As prisões e apreensões ocorreram em Ceilândia, Planaltina e Samambaia. No total, a delegacia conseguiu confiscar mais de 100 aparelhos eletrônicos, sobretudo celulares, uma dinamite, oito armas e 70 munições.

Deflagrada em abril, a segunda fase da operação resultou na prisão de um dos principais fornecedores de armas a criminosos do DF, o policial militar da reserva Décio Antônio Gonçalves. O militar da aeronáutica Thiago Ângelo Machado também foi detido. À época, os agentes cumpriram 36 mandados: dois de prisão preventiva, quatro de prisões temporárias, 18 de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva.

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