Cidades

Pré-candidatura de Izalci ao GDF sofre resistência interna no partido

Indefinição sobre as eleições regionais do PSDB compromete candidaturas do partido e leva insegurança à chapa do presidente da sigla no DF na disputa ao Palácio do Buriti. Prazo para a inscrição das coligações termina em 15 de agosto

Ana Viriato, Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 23/05/2018 06:00
Izalci Lucas preside o PSDB no Distrito Federal por força de sucessivas intervenções nacionais do partido

Presidente regional do PSDB desde 2015 graças à série de intervenções nacionais, o deputado federal Izalci Lucas trava uma batalha interna com correntes contrárias à sua gestão há meses. No mais recente embate, a Justiça barrou liminarmente a eleição do partido, convocada no último dia 8 e prevista para 1; de junho, quando acaba o mandato do parlamentar à frente da legenda. O imbróglio escancarou outra vez a desarmonia na sigla e despertou a desconfiança de integrantes da chapa de centro-direita liderada pelo senador Cristovam Buarque (PPS), que lançou a pré-candidatura do tucano ao Palácio do Buriti na última sexta-feira.

Pelas regras eleitorais, os partidos precisam da Presidência definida para registrar qualquer candidatura ; a data-limite para a inscrição das chapas é 15 de agosto. Na ação, o filiado Lucas Chaves Siqueira aponta que, antes da eleição interna, é necessária a escolha dos delegados das zonais, representantes da sigla em cada região administrativa. Os votos que decidem o novo comando são deles, dos integrantes da Executiva Regional e dos delegados do DF que compõem a Nacional.

A questão pode ser sanada com uma nova intervenção do presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, ou por meio da reversão da liminar na Justiça. ;Nesse último caso, apenas os membros da Executiva e os delegados do DF na Nacional votariam. Está previsto no estatuto;, explicou Izalci. Porém, em ambos os casos, as alas contrárias prometem recorrer ao Judiciário novamente.

[SAIBAMAIS]Na possibilidade de outra intervenção, a ação de contestação seria embasada por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A norma prevê que os mandatos provisórios devem ter validade de apenas 120 dias, podendo ser renovados por igual período, ;salvo se o estatuto partidario? estabelecer prazo razoavel? diverso;.

Para Izalci, as medidas são promovidas por ;vendilhões do PSDB, a serviço do atual Governo do DF e de alguns grupos políticos, que querem a qualquer custo impedir um projeto sério e inovador para o DF, inclusive trazendo inverdades para o Judiciário;. O tucano garantiu que as candidaturas do partido não serão comprometidas.

Cautela

Os integrantes da chapa de Izalci são cautelosos ao comentar o assunto. Ainda assim, confirmam que as incertezas internas do PSDB comprometem as negociações. ;Vamos esperar que o problema seja resolvido o mais rápido possível. Íamos construir rapidamente os outros nomes da chapa majoritária, mas, agora, teremos de aguardar;, apontou Cristovam Buarque, que concorrerá à reeleição ao Senado. Responsável pela indicação do vice da coalizão, a frente cristã adiou a escolha entre o empresário Wanderley Tavares (PRB) e seu irmão e correligionário, pastor Egmar Tavares.

Antes do problema interno no PSDB-DF, Izalci teve um inquérito remetido à primeira instância, condição que provocou questionamentos quanto à segurança jurídica do tucano. O procedimento investiga a participação do parlamentar em um esquema de desvio de recursos públicos no Programa de Inclusão Digital ; DF Digital, à época em que ele comandava a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Ele nega as acusações.


Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação