Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 23/05/2018 20:00
Após impedir a circulação de cargas em todo o DF, o movimento dos caminhoneiros pode afetar o funcionamento dos transportes públicos da capital. Sem combustível para abastecer os ônibus, as empresas Pioneira e São José só têm disel até o fim de quinta-feira (24/5). Já a Marechal e Urbi devem parar no sábado (26) e a Piracicabana na segunda (28) caso a paralisação continue.
As cinco concessionárias representam aproximadamente 95% da frota do DF e, junto às cooperativas, atendem mais de 650 mil pessoas por dia. Em nota, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) afirmou que "monitora a situação junto às empresas de ônibus e está avaliando as medidas que podem ser tomadas, caso a operação seja afetada".
No entanto, a opção por tirar o carro da garagem também está ameaçada. Falta combustível também nos postos de gasolina. A crise no abastecimento fez com que o valor do litro da gasolina disparasse, chegando a R$ 4,99 em postos da região central de Brasília. Mesmo com a alta, motoristas formaram longas filas no início da noite deste quarta-feira (23/5), na tentativa de garantir a locomoção da semana. Em um posto no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), onde o estoque duraria até amanhã, frentistas acreditam que o insumo acabará ainda hoje.
O bloqueio também interferiu no funcionamento do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. A Inframérica informou que somente aviões em necessidade de abastecimento podem pousar em Brasília. ;É fundamental a liberação dos caminhões para normalizar o atendimento no aeródromo;, afirmou, em nota. O aeroporto recebeu, no fim da tarde, cinco caminhões de querosene, totalizando 225 mil litros. No entanto, o contingenciamento continua.
A mobilização dos caminhoneiros completa três dias consecutivos. No Distrito Federal e Entorno, quatro rodovias continuam interditadas pela categoria. Na tarde desta quarta-feira, no entanto, o juiz federal Marcelo Rebello Pinheiro, do Distrito Federal, atendeu ao pedido da União e concedeu liminar ordenando a liberação do tráfego em seis rodovias federais: BR-040, BR-050, BR-060, BR-070, BR-080 e BR-251. Mesmo após conversa com o governo federal, a Associação Nacional dos Caminhoneiros anunciou que os bloqueios continuam.