Ingrid Soares
postado em 26/05/2018 12:50
O Aeroporto Internacional JK cancelou 58 voos, entre chegadas e partidas, neste sábado (26/5), segundo boletim emitido pela Inframérica, administradora do terminal, às 14h. Um boletim anterior, da manhã, indicava o cancelamento de 40 voos.
O motivo é a falta de querosene para abastecer aeronaves. No começo da tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Nacional escoltaram quatro caminhões-tanque com querosene em direção ao terminal. A quantidade de combustível, no entanto, é insuficiente para abastecer as aeronaves.
Com a falta de combustível, o aeroporto passou a permitir apenas o pouso de aeronaves com combustível suficiente para retornar, uma vez que não tem sido possível reabastecê-las no JK. A recomendação das empresas aéreas é que os passageiros verifiquem a situação dos voos antes de se dirigirem ao aeroporto.
O que fazer se o voo foi cancelado?
Em nota, a LATAM Airlines Brasil, que teve 16 voos cancelados em Brasília neste sábado, informou que passageiros com partidas, chegadas ou conexões domésticas programadas para hoje nos aeroportos de Brasília e Confins poderão alterar os voos sem a cobrança de taxa de remarcação e das diferenças tarifárias da nova data, de acordo com a disponibilidade. A empresa afirmou que os passageiros que não estão conseguindo embarcar recebem hospedagem e voucher de alimentação, mas não informou o valor.
Já a Gol informou que passageiros prejudicados por dois voos cancelados na sexta-feira (25/5) e outros dois neste sábado podem procurar a companhia para remarcar suas viagens também sem a cobrança de taxas e de acordo com a disponibilidade. Ou ainda solicitar reembolso ou crédito integral de suas passagens.
A Avianca Brasil também solicita que os clientes impactados pela greve remarquem suas passagens em novos voos com embarque até 5 de junho, sem cobrança de taxa nem pagamento de diferenças tarifárias. Pela empresa, sete voos saindo de Brasília foram cancelados. Pelo país, foram 20 até o momento. Outros nove cancelamentos estão previstos para amanhã (27).
Em Brasília, a Azul, até a última atualização desta reportagem, não havia cancelado nenhum voo. Em todo o país, a empresa somava 11 cancelamentos.
Horas no saguão e linhas congestionadas
Quem tem a má sorte de ter o voo cancelado enfrenta desconforto. Moradora de Brasília, a arquivista Adeleide Catarina Falcão, 36 anos, estava de viagem marcada com um grande grupo de amigos para Gramado (RS). Os passeios foram pagos antecipadamente, mas o voo da Latam, previsto para sair às 11h, foi cancelado. "A viagem era para relaxar, mas aí encontramos essa situação. Mas estamos positivos. É um grupo grande e vai ficar caro colocar todos em hotel. Acho que conseguiremos um novo voo para hoje ainda", disse.
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O químico Jorge Gusmão, 46 anos, pretendia ir para Recife. Ele chegou às 6h no aeroporto, acompanhado do filho João, 11 anos. Até as 11h, os dois ainda aguardavam um posicionamento da TAM. De mudança para Recife, estavam na esperança de conseguir um voo para ainda hoje.
Ele reclama que a empresa pediu que a remarcação fosse feita via telefone ou internet, mas as linhas estão congestionadas. "Passei mais de 40 minutos no telefone e na internet tentando remarcar. O jeito vai ser aguardar aqui mesmo. Estamos com a mudança no caminhão já", lamentou.
Sobre a manifestação dos caminhineiros, o químico disse ser a favor da demanda, mas acha injusto que a população seja tão prejudicada. "Precisam dar ao menos uma trégua. A reivindicação é justa, mas está ficando abusiva e atrapalhando a vida dos brasileiros com o desabastecimento."