Otávio Augusto
postado em 26/05/2018 16:08
Um princípio de rebelião acontece no presídio de Novo Gama, município goiano distante 43km de Brasília. Quatro presos tentaram fugir da cadeia neste sábado (26/5). Familiares de detentos dizem que a confusão começou por falta de alimentos. A Polícia Militar controla a situação. A direção da prisão nega que tenha falta de comida. A capacidade da Cadeia Pública de Novo Gama é de 40 presos, mas no local estão mais de 250.
Por medo de represália, a mãe de um detento, que pediu para não ser identificada, contou que houve disparos dentro de presídio. "Ninguém fala nada. Só escutamos eles gritando que estão sem comer há dois dias", conta.
Outra mulher diz que presos foram transferidos de ambulância. "Eles estão sem comer desde sexta-feira. Não teve jantar aquele dia e hoje não teve almoço. As famílias deveriam ser avisadas para trazer comida", reclama.
Policiais Militares do 19; Batalhão de Novo Gama acompanham a situação. Quatro detentos tentaram fugir do presídio, mas foram impedidos. Agentes prisionais ainda reconta os presos. O Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) de Novo Gama também estão no local.
Por telefone, a direção da Cadeia Pública do Novo Gama informou ao Correio que não houve rebelião, mas sim, uma tentativa de fuga frustrada. "Há um receio por parte dos presos de que a empresa que faz o fornecimento das marmitas não consiga manter o abastecimento por conta de o estoque de comida não chegar", disse o funcionário.
Ele negou que os presos estão sem comida. "Não há neste momento razão para preocupação. O estoque está abastecido e não houve a suspensão de nenhuma refeição", conclui.
A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás informou, em nota, que agentes de plantão evitaram a fuga dos detentos quando eles já estavam na cozinha, próximo ao muro do presídio. "Durante o banho de sol, eles empreenderam fuga pela laje E, e tentavam pular o muro para acessar a parte externa da unidade", destaca a nota.
Após reconduzir os presos para a cela, os agentes acionaram a direção da cadeia que, com a participação da escolta da unidade, dos demais agentes e também do Grupo de Intervenções táticas(GIT) concluíram a recontagem. "Não houve fuga", conclui o texto.