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Secretário de Economia: se preciso, polícia será usada para buscar comida

Ao Correio, o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Valdir Oliveira, diz que o governo está preocupado com o abastecimento de alimentos. Setor de hortifruti é o que mais sofre

Otávio Augusto
postado em 27/05/2018 20:50

Na noite deste domingo (27/5), o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Valdir Oliveira, fez um balanço dos impactos na capital federal dos sete dias de greve dos caminhoneiros.
Ao Correio, ele afirmou que abastecimento de gêneros alimentícios preocupa. Segundo ele, todos os setores estão prejudicados, mas o de hortifruti é o mais castigado. No entanto, explica, são necessários mais dados para calcular as perdas para a economia local. "Ainda é muito difícil estimar o prejuízo."
Nesta segunda-feira (28/5), Valdir se reunirá com 10 atacadistas para traçar o diagnóstico do estoque de alimentos na cidade. "Se necessário, vamos usar as forças policiais para resgatar comida", adiantou o secretário. Confira os principais trechos da entrevista.

Qual é o prejuízo até agora para a economia no DF com a greve dos caminhoneiros?
O impacto com relação a prejuízos ainda não temos como detalhar. É difícil falar qualquer número, ele será impreciso.

Onde os esforços do governo estão concentrados?
No diagnóstico da distribuição de alimentos, para saber qual é o nosso estoque e quais são os gargalos. Amanhã, terei uma reunião com os 10 maiores atacadistas para traçarmos esse panorama.

Qual é o setor mais prejudicado?
Hortifruti tem o problema mais grave, e a reposição será difícil. Nossa ideia é montar uma força-tarefa de logística para resgatar esses produtos, inclusive com uso das forças de segurança, como Exército e Força Nacional, se necessário.

O governo já atenuou algum problema?
O primeiro esforço foi o combustível, que é a base da economia. Foram 4,2 milhões de litros de combustível no sábado e mais 2,6 milhões de litros neste domingo. Foram liberados também 370 mil litros de diesel e 30 mil litros de etanol. São números representativos.

O gás de cozinha continua em falta...
No sábado, começamos a trabalhar a questão do gás para não prejudicar bares, hotéis e restaurantes Cerca de 200 toneladas de gás estão na estradas de Goiás e Minas Gerais, vindo em direção ao DF.

O efeito manada, quando as pessoas consomem sem necessidade, tem prejudicado o restabelecimento dos serviços?
Estamos sofrendo com isso. Quando o consumo é assim, é muito difícil alcançar o equilíbrio de mercado.

Como diminuir os impactos da crise no DF?
Enquanto não houver uma negociação federal que encerre isso não teremos alternativa. Estamos trabalhando para a proteção do nosso abastecimento.

Quanto tempo levará para o DF voltar á normalidade?
Como o mercado vai se equilibrar, só vamos entender depois que o movimento acabar.

Teremos um semana tão difícil quanto a que acabou?
Acredito que não. A minha expectativa é que (a crise) está perto de se resolver.

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