Otávio Augusto, Renato Alves
postado em 28/05/2018 06:00
Enquanto o Distrito Federal garante o funcionamento integral do sistema de transporte público, graças às escoltas de caminhões-tanque realizadas pela Polícia Militar, a população do Entorno sofre com a incerteza. A precariedade do serviço no fim de semana se repete hoje, devido à falta de combustível. Os motoristas não encontram gasolina, diesel e etanol nos postos dos municípios goianos vizinhos de Brasília. A escassez provoca reflexos na capital, como a dificuldade na mobilidade de quem mora em cidades de Goiás e trabalha no DF. Assim como em todo o estado, as aulas na rede pública do Entorno estão suspensas hoje.
As empresas de transporte coletivo do Entorno reduziram as operações ontem para garantir combustível para que as frotas possam rodar hoje. Diariamente, 220 mil pessoas usam o transporte público na região. AG20 e a CT Expresso, que atendem Luziânia e Valparaíso, rodam com horários reduzidos. A Taguatur, que atende Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas, funciona hoje, mas pode reduzir as operações a depender da dificuldade de abastecimento. A União Transporte Brasília (UTB), que transporta passageiros de Águas Lindas, Cidade Ocidental e Valparaíso, estava com os serviços indefinidos. A Catedral, que atende o Jardim Ingá, é a única empresa que circula com a frota normal no Entorno Sul.
Uso da força
Com o aumento dos transtornos em todo o estado, devido à greve dos caminhoneiros, o Governo de Goiás decretou situação de emergência. Com essa medida, o Poder Executivo estadual pode, entre outras ações, usar as forças de segurança para assegurar a livre circulação dos meios de transporte e disponibilizar recursos para o custeio de procedimentos emergenciais.
O governador José Eliton (PSDB) disse, em entrevista coletiva no Palácio das Esmeraldas, que tal medida é necessária para tomar ;providências para evitar a interrupção de serviços essenciais à população, comprometendo a ordem pública, a segurança, a paz social e o bem -estar das pessoas;.
Entre as principais propostas, está a contratação emergencial de fornecimento de bens e de prestação de serviços e a utilização das forças de segurança do estado para a garantia da livre circulação.
Barreiras
A Polícia Rodoviária Federal contabiliza 36 pontos de interrupções nas rodovias que cortam Goiás. Já a Polícia Rodoviária Estadual informou haver 50 pontos de bloqueio nas estradas estaduais. Assim como em Brasília, em Goiânia houve a redução da entrega de alimentos na Central de Distribuição (Ceasa), provocando a morte de animais por falta de ração.
Com a paralisação, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), 60% dos postos de combustíveis estão desabastecidos, de acordo com o mais recente levantamento da entidade, divulgado na noite de ontem. Lá, o litro da gasolina custa até R$ 4,89.