Cidades

Farmácias de alto custo e hospitais ficam lotados nesta terça-feira

Serviços de saúde que estavam suspensos voltaram a funcionar nesta terça-feira, provocando grande demanda. Nas farmácias de alto custo, há falta de medicamentos

Augusto Fernandes
postado em 29/05/2018 11:12
Frente de farmácia de alto custo em Brasília
As farmácias de alto custo foram um dos serviços que tiveram os serviços normalizados nesta terça-feira (29/5), segundo anunciou o governo do Distrito Federal ontem. No entanto, pacientes têm relatado a falta de medicamentos e a demora no atendimento.

Na unidade da estação 102 Sul, 42 dos 216 medicamentos não estavam disponíveis nesta manhã. Quem precisava de algum remédio que não estava em estoque era avisado logo na entrada. Foi o caso da empregada doméstica Edinalda da Silva, 54 anos, que tem asma e precisa de uma dose de formoterol a cada mês. Sem previsão de quando vai conseguir o remédio, ele ficou preocupada. "É horrível. Sem ele, é muito difícil controlar as minhas crises de asma. Para piorar, tenho pressão alta", lamentou.

A farmácia estava lotada. O atendimento teve início às 8h, e às 9h30 a distribuição das senhas teve de ser interrompida, tão grande era o movimento. A estudante Sarah Rodrigues, 19 anos, pegou um dos últimos números. Ela tem artrite e foi atrás de tosilizumabe, um medicamento intravenoso. "Vim na semana passada e não consegui ser atendida. Espero que hoje seja diferente. Se eu precisasse comprar esse remédio em uma farmácia, teria que pagar R$ 7 mil por cada ampola", contou.


Hospital lotado

Segundo o GDF, além das farmácias de alto custo, voltaram a funcionar normalmente nesta terça as unidades básicas de saúde e as consultas ambulatoriais em hospitais e policlínicas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que funcionava somente para emergências, voltou a operar completamente, exceto para transporte eletivo de pacientes entre hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (Upas).

Com o retorno, os serviços ficaram cheios. A empregada doméstica Luzimar de Souza, 47 anos, não conseguiu atendimento para o filho, Enzo, 5, no Hospital Materno Infantil (Hmib). Os dois acabaram encaminhados para o Centro de Saúde 8, na 514/515 Sul. "Não tinha médico no Hmib. Saí de casa às 5h para tentar atendimento. Quando cheguei lá, às 8h, estava lotado", disse. No Centro de Saúde, ela foi atendida, mas lamentou o deslocamento. "É uma tristeza. Ainda mais quando é um filho que precisa de ajuda", desabafou.


Restrições continuam

Nesta terça, alguns setores do serviço público de saúde continuam com restrições. Todas as cirurgias e procedimentos programados em blocos cirúrgicos permanecem suspensos. Apenas as cirurgias e procedimentos do Instituto Hospital de Base serão feitos normalmente. O objetivo da pasta é otimizar o uso de insumos para urgências e emergências, diante da possível insuficiência dos estoques até que o abastecimento se normalize. Além disso, não será feito transporte de pacientes para a realização de exames, exceto em casos de urgência.

Para garantir melhor assistência à população, a Secretaria de Saúde pode remanejar servidores entre as unidades de saúde. Funcionários de serviços que estão suspensos devem trabalhar em serviços de urgência e emergência ou outros que tenham funcionamento ininterrupto.

Segundo a pasta, diariamente, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e os sete superintendentes regionais (Sudoeste, Oeste, Leste, Sul, Norte, Centro-Sul e Central) se reunirão para avaliar a situação dos serviços. A partir desse encontro, os gestores definirão se as medidas permanecem ou se um novo plano será implementado.

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