Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 30/05/2018 15:59
A taxa de desemprego do Distrito Federal aumentou em abril, passando de 18,9%, registrado em março, para 19,2%. No mesmo período, foram gerados oito mil postos de trabalho, a metade do número necessário para atender a População Economicamente Ativa (PEA), formada por 16 mil pessoas que passaram a fazer parte do mercado de trabalho. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (30/5), pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
O comércio e a área de serviços foram os setores que mais empregaram, com índices de 1,3% e 0,4%, respectivamente. Já a construção civil e a indústria de transformação não sofreram grandes alterações, apresentando um quadro estável. O DF tem mais de 1,3 milhão de pessoas no mercado de trabalho. Em abril, o total de desempregados chegou a 315 mil pessoas, enquanto em março era de 307 mil pessoas.
;O desemprego aumentou porque houve mais pressão no mercado, com mais gente procurando trabalho. As oito mil vagas criadas não foram suficientes para absorver esse contingente;, resume a coordenadora da PED pelo Dieese, Adalgisa Lara Amaral.
O estudo revelou, também, que voltou a crescer o número de trabalhadores autônomos. Em dezembro do ano passado, o DF registrava 197 mil autônomos. Nos três primeiros meses do ano, houve uma redução de 14 mil pessoas nessa situação ; em março, foram 181 mil autônomos.
Entretanto, em abril o número voltou a crescer fortemente, passando para 188 mil pessoas. ;São pessoas que não acharam um trabalho com carteira assinada e que também não conseguiram se inserir no contingente de assalariados e passaram a trabalhar por conta própria;, explica Adalgisa Amaral.
O desemprego cresceu no grupo de pessoas com menor renda, das localidades da Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Estrutural e Varjão. O índice de desempregados foi de 26,4%, número três vezes maior do que o verificado no grupo formado com pessoas de alta renda, concentrados em Brasília, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul e Park Way. ;As pessoas de baixa renda têm menos tempo de estudo, pouca qualificação e vão mais cedo para o mercado de trabalho, mas sem preparação profissional;, analisa Adalgisa.
Aldo Paviani, diretor de Estudos Urbanos e Ambientais da Codeplan, argumenta que é preciso uma maior distribuição na criação de oportunidades de trabalho fora do Plano Piloto. ;Dependemos de mais investimentos do governo federal para alavancar atividades profissionais também nas regiões administrativas do DF, sobretudo nas localidades mais afastadas que têm três vezes mais desempregados do que o Plano Piloto;, disse o pesquisador.