<div><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/06/05/686208/20180605110209707251u.jpg" alt="Botijões de gás à venda no SIG: escassez do produto elevou o preço nos últimos dias" /> </div><div>Mesmo com o término da paralisação dos caminhoneiros, o brasiliense deve sentir os impactos no bolso e na oferta dos produtos por, ao menos, mais 15 dias, segundo o setor produtivo do Distrito Federal. Este é o prazo médio para os preços voltarem à normalidade e os estoques serem recompostos. O segmento que deve demorar mais tempo para recuperar o fôlego é o de gás de cozinha. O produto ainda está em falta em algumas revendas, as filas para aquisição ainda existem e, segundo o sindicato da categoria, eles estão recebendo apenas 30% do que é comercializado normalmente.</div><div><br /></div><div>As associações patronais e o governo não sabem precisar o impacto da greve na economia. O setor de comércio e serviços calcula que R$ 92 milhões de vendas deixaram de ocorrer nos dias parados. Na Centrais de Abastecimento (Ceasa-DF), a comercialização caiu de mil toneladas por dia para 300 toneladas/dia, o que provocou um prejuízo de R$ 10 milhões. A estatal opera em sua totalidade desde ontem.</div><div><br /></div><div>Estudos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, calculam que o impacto do bloqueio nas rodovias por caminhoneiros será de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, não há estimativas semelhantes para o DF. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico, Valdir de Oliveira, o DF sentirá menos impacto do que o Brasil por causa da estrutura econômica. Como o PIB é composto essencialmente por serviços e comércio, menos afetados do que segmentos como indústria e agronegócio, a repercussão na economia é menor.</div><div><br /></div><div>;A falta de cimento nos preocupou porque as obras ficaram paradas. Mas, em relação ao estoque, nós (governo) ficamos em contato com os atacadistas, que tinham estoque para 40 dias;, informou Valdir. Para ele, o impacto mais significativo que o consumidor deve sentir são os preços. ;Como os produtos ficaram escassos, eles ficaram mais caros. Mas essa questão vai se reajustar com o tempo;, completou.</div><div><br /></div><div>A diretora do Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do Distrito Federal (Sindivargas), Cyntia Moura Santo, comenta que o segmento sentiu os 12 dias parados. ;O revendedor terá que rever os custos, contabilizar os prejuízos. Para o setor de gás, não foi só os caminhoneiros abandonarem os bloqueios, tínhamos que esperar a carga chegar e conseguir reabastecer as revendas. Ainda estamos trabalhando somente com 30% da nossa capacidade;.</div><div><br /></div><div>Na Ceasa-DF, algumas verduras e legumes ainda não recuperaram o preço anterior aos bloqueios. A batata-inglesa, por exemplo, custava R$ 80 a saca de 50kg. Chegou a R$ 220 no auge da paralisação e, agora, é vendida a R$ 130. ;Alguns produtos como a banana, que vêm de outros estados e tem uma preparação antes da comercialização deverão demorar um pouco mais para chegarem ao preço natural da época;, explicou José Deval da Silva, presidente da Ceasa-DF.</div><div><br /></div><div>Embora a indústria tenha participação de 5,4% na composição do PIB, o segmento foi bastante afetado, principalmente a construção civil e a indústria de bens de consumo imediato como alimentos. ;Não temos conhecimento de nenhuma fábrica parada. Alguns produtos chegaram a ser escoltados pela polícia. Entretanto, como alguns insumos demoraram mais a chegar, vai demorar uns 15 dias para a normalização;, acredita Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do DF.</div><div><br /></div><h3>Fiscalização</h3><div>O governo do DF encerrou as atividades do comitê responsável por monitorar a paralisação dos caminhoneiros. O grupo, formado por secretários e diretores de órgãos locais, reuniu-se ontem pela última vez e declarou a situação normalizada na capital federal. Para os próximos dias, o foco é a fiscalização. A Secretaria de Fazenda divulgará, por meio da internet, preços dos produtos comprados nas refinarias e nas distribuidoras. Além disso, o Procon-DF vai continuar fiscalizando os postos de gasolina e as revendas de gás.</div><div><br /></div><div>O governador Rodrigo Rollemberg <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJBcHA6OkdERiBkaXZ1bGdhcuEgcHJl528gZG9zIGNvbWJ1c3TtdmVpcyBhbyBzYWlyIGRhcyByZWZpbmFyaWFzIiwibGluayI6IiIsInBhZ2luYSI6IiIsImlkX3NpdGUiOiI2MyIsIm1vZHVsbyI6eyJzY2hlbWEiOiJub3RpY2lhXzEyNzk4MzI0MjM2MSIsImlkX3BrIjoiNjg2MDEzIiwiaWNvbiI6IiIsImlkX3NpdGUiOiI2MyIsImlkX3RyZWVhcHAiOiI0NiIsInRpdHVsbyI6IkdERiUyMGRpdnVsZ2FyJUUxJTIwcHJlJUU3byUyMGRvcyUyMGNvbWJ1c3QlRUR2ZWlzJTIwYW8lMjBzYWlyJTIwZGFzJTIwcmVmaW5hcmlhcyIsImlkX3NpdGVfb3JpZ2VtIjoiNjMiLCJpZF90cmVlX29yaWdlbSI6IjQ2In0sInJzcyI6eyJzY2hlbWEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiNjMifSwib3Bjb2VzIjp7ImFicmlyIjoiX3NlbGYiLCJsYXJndXJhIjoiIiwiYWx0dXJhIjoiIiwiY2VudGVyIjoiIiwic2Nyb2xsIjoiIiwibm9mb2xsb3ciOiIiLCJvcmlnZW0iOiIifSwiZGluYW1pY28iOiIifQ==">assegurou que, até o dia 30, o valor do litro de gasolina deve permanecer R$ 4,29</a>, com o congelamento da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível. Ainda, o preço do diesel nas bombas começará a ser revisado pelo Instituto, devido à redução de R$ 0,46 por litro. Então, o trabalho será dobrado. Ao fechar o comitê de gestão da crise, o governo indicou que o problema da falta de gás ainda não foi completamente resolvido, já que os depósitos continuam sendo abastecidos em esquema diferenciado. ;Estão sendo fornecidos 30 mil botijões diariamente, 10 mil a mais do que no consumo normal;, disse o chefe do Executivo. A expectativa é a de que, até amanhã, a situação seja normalizada.</div><div> </div><div><strong>*Estagiário sob supervisão de Renato Alves</strong> </div>