postado em 08/06/2018 20:00
O Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) é o primeiro na capital a oferecer o Programa de Interrupção Gestacional Prevista por Lei (PIGL), que atende casos que a mulher foi violentada, que a mãe tenha risco de morte ou em casos de anencefalia. Além disso, é uma Unidade de Assistência a Situações de Violência (Upav), que acolhe mulheres e crianças, vítimas de violência sexual.
As mulheres podem entrar em contato com o centro obstétrico do Hmib em qualquer dia e horário, mas o ideal é que quem sofreu estupro procure acolhimento em até 72 horas para que possam tomar remédios contra aids e a pílula do dia seguinte, que tem maior eficácia dentro desse período. Além desses medicamentos, é oferecido o coquetel de remédios da quimioprofilaxia.
Profissionais do hospital orientam que em casos de violência, as vítimas são tratadas como caso de alta urgência e têm atendimento priorizado. Além disso, reforçam que estupros são em primeiro lugar casos de saúde, ou seja, a pessoa deve ser encaminhada ao hospital e depois de receber os cuidados necessários para evitar doenças sexualmente transmissíveis e impedir uma gravidez indesejada, e depois, se a pessoa quiser, pode registrar ocorrência policial.
Após os cuidados iniciais, os psicólogos fazem acompanhamentos em sessões de grupo, que duram até que a vítima e o profissional entrem no acordo de que é hora de terminar o tratamento. Além dos casos de estupro, também tem atendimento para mulheres e crianças que tenham sofrido assédio moral ou sexual. A Upav faz como referência de assédio como ;se a mulher se sente incomodada e violada em seus direitos, pode procurar ajuda. Não precisa ter vergonha porque não estamos aqui para julgar, apenas para ajudar;.
As vítimas que precisam do PIGL, devem ir ao hospital e explicar que a gestação é por causa de uma violência. Não é necessário boletim de ocorrência. Entre os atendimentos, tem o psicológico, que apresenta à vítima as alternativas de futuro para o bebê, de dar para adoção ou criá-lo. A interrupção só pode ser feita até a 22; semana de gravidez.
Dados do PIGL de 2017 mostram que 48,59% das mulheres que buscam o atendimento chegam à interrupção da gestação, 9,52% decidem ter o futuro bebê e são encaminhadas para acompanhamento de pré-natal, 3,96% decidem dar a criança para adoção e são encaminhadas para a assistência social, 22,22% abandonam o pleito, 13,49% não configuram gestação por estupro e 2,22% são de má-formação sem relação com anencefalia.