Ana Viriato
postado em 13/06/2018 06:00
A um mês do início das convenções partidárias, período em que são fechadas candidaturas e coligações, a chapa do senador Cristovam Buarque (PPS) e do pré-candidato ao Palácio do Buriti Izalci Lucas (PSDB) patina. Sem fechar as nominatas de deputados federais devido a divergências entre as nove siglas do grupo, os integrantes adiam também o lançamento dos nomes majoritários. Ao mesmo tempo, correligionários do deputado federal continuam a recorrer à Justiça para garantir eleições internas e retirá-lo do comando da legenda ; nova ação será protocolada hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A série de embaraços, com destaque à insegurança partidária do deputado, desperta receio entre integrantes da coalizão, que não descartam eventual rompimento.
Em uma investida para alcançar o eleitorado mesmo em meio ao impasse, Cristovam, Izalci e o deputado federal Rogério Rosso (PSD), que avalia se candidatar ao Senado, adotaram a estratégia de mandar para as ruas o empresário Wanderley Tavares (PRB), cotado para vice. À população, o presidente do partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus apresenta-se como pré-candidato ao GDF. A ideia é ganhar densidade, principalmente no meio evangélico, para, depois, assumir o posto de número dois na disputa.
[SAIBAMAIS]A delonga, entretanto, provoca preocupação. O fator Copa do Mundo é um agravante, pois, após o torneio ao qual estarão voltados os olhos da população, iniciam-se as convenções partidárias. Ou seja, o prazo para a definição preliminar está se esvaindo. ;O PPS luta por essa frente, mas temos um tempo para isso. Não ficaremos a vida inteira esperando;, disse o presidente do partido no DF, Chico Andrade. Com o imbróglio, cresce nos bastidores a aposta de que o pré-candidato à reeleição Cristovam Buarque migrará para a chapa de Jofran Frejat (PR). Abertamente, o parlamentar nega a possibilidade.
O nanico PSC também cobra postura incisiva dos articuladores. Comandante da sigla na capital, Zenóbio Rocha afirma que a demora pode comprometer as pré-candidaturas. ;Ninguém quer se separar do grupo. Mas, se o cenário permanecer confuso, não descartamos sair sozinhos;, pontuou. Potencial vice da chapa, Tavares afirma que as discussões ainda são necessárias para atender os interesses de todas as siglas, das que buscam espaço no Executivo e Senado às que desejam vagas na Câmara dos Deputados. ;Vamos fechar apenas quando as proporcionais estiverem prontas e todos tiverem a segurança necessária para uma coligação dessa amplitude;, defendeu.
Nova ação
Simultaneamente, Izalci enfrenta problemas no próprio PSDB. Correligionários recorrerão hoje ao TSE para garantir a realização do pleito interno antes do fim da vigência da intervenção que o colocou na Presidência da legenda até 1; de outubro, às vésperas das eleições gerais. No processo, ressaltarão que o deputado está no posto desde 2015, contrariando resolução da própria Corte ; a norma prevê que os mandatos provisórios tenham validade de 120 dias, podendo ser renovados por igual período, ;salvo se o estatuto partidário estabelecer prazo razoável diverso;. Se deferida, a eleição interna pode prejudicar a candidatura do parlamentar ao Buriti.
Ao Correio, Izalci afirmou estar tranquilo quanto à segurança partidária. ;O ato que me reconduziu à Presidência é nacional, respaldado pelo estatuto;, destacou. A respeito das questões levantadas por aliados, garantiu que ;o grupo está mais unido do que nunca;. ;Todos têm consciência de que ganharemos juntos no segundo turno. Como são muitos partidos, temos de garantir que cada um tenha condições de eleger seus federais;, frisou.