Cidades

Brasilienses se reúnem para assistir ao jogo de estreia da Copa da Rússia

Clientes chegaram mais cedo em bares e restaurantes do DF para ver a partida de estreia da Copa do Mundo na Rússia

Luiz Calcagno, Adriana Bernardes, Ana Rita Gondim - Especial para o Correio
postado em 14/06/2018 11:58
[FOTO1178493]Brasileiro gosta tanto de futebol que não interessa se o primeiro jogo da Copa do Mundo de 2018 é entre as duas seleções consideradas as piores entre as 32 classificadas: Rússia e Arábia Saudita. No Restaurante Líbanus, os clientes chegaram mais cedo para assistir à partida. E o gol não demorou a acontecer. O país anfitrião abriu o placar aos 11 minutos do 1; tempo. Golovin recebeu de Zhirkov no bico da área pela esquerda, cruzou para Gazinskiy marcar.
A empolgação com os primeiros dois gols foi crescente em uma das casas sede dos encontros de torcedores, o restaurante Libanus, na 206 Sul. Os fregueses se reuniram ao redor das quatro TVs do estabelecimento e o clima geral, apesar do horário, é de happy hour.

Pai e filho, o aposentado Fernando Soares, 79, e o auditor Fernando Soares Júnior, 54, fizeram da solenidade de abertura da Copa um motivo para se encontrarem. De férias, Fernando Soares Júnior disse ter confiança na seleção brasileira, embora veja o evento sem tanta empolgação. "Eu acho que esse ano,o entusiasmo ficou abaixo do esperado. Mas, como estou de férias, aproveitamos para nos encontrarmos. Sinto que falta alguma coisa, mas acho que o Brasil tem chance. Está entre os favoritos", afirmou.

Já o pai, demonstrou pessimismo. "O Flamengo já é o campeão brasileiro. Na Copa, estou torcendo para a Espanha. É como me sinto. É um mundial capenga por questões políticas e econômicas. Mas o ambiente e o clima do primeiro jogo estão ótimos", ponderou.

Encontro entre amigos

Uma das mesa mais cheias do bar contava com 11 pessoas. O encontro foi resultado do trabalho da assessora de imprensa Yaly Pozza, 28. "A gente já gosta de se reunir e nada como o futebol para dar uma ajudinha. Fiquei no Whatsapp desde ontem a noite para conseguir trazer todo mundo. Para mim, a reunião está acima do futebol, mas a Copa é um evento marcante para o país", refletiu.

Colega de Yale, Mayro Molina, 28, concorda e acrescenta, "É especial também por ser a abertura do mundial." "Desde pequeno acompanho a copa. Principalmente os jogos do Brasil", destacou. Os amigos Filipe Alves, 25, e Bruno Rocha, 34, demonstraram empolgação com a abertura da Copa. "Estou animado com o evento. O esporte une as pessoas. Espero que a Copa tenha uma organização empenhada e acho que a seleção russa tem futuro. Eles estão investindo muito em futebol, o que não fizeram em outros anos. Do Brasil, tenho boas expectativas. Depois de muito tempo, voltei a acreditar ", declarou o primeiro.

"Reunimos as pessoas e celebramos o maior esporte do mundo. Tenho grandes expectativas e, para os que dizem que é pão e circo, digo que tem tanto valor quanto outros aspectos da nossa cultura. Somos o país do futebol e é o nosso momento", completou Bruno.

Russas na torcida

[FOTO3]No Fausto e Manoel da Asa Norte, os torcedores levaram até bandeiras para torcer. Em uma das mesas, mulheres russas acompanham a estreia do país natal. A paixão por um brasileiro fez a artista plástica e bancária, Ioulia Allgower, 44 anos, trocar a Rússia pelo Brasil. "Viemos para o bar porque é uma forma de reunir os amigos", diz. Perguntada se o coração fica dividido, Ioulia diz que sim. "Torço pela Rússia em todas as partidas. Mas, se tiver um jogo entre Brasil e Rússia, fico com o Brasil", afirma.

A expectativa maior é para a estreia do Brasil no Mundial de Futebol. A Seleção Canarinho entra em campo neste domingo (17/6), contra a Suíça, às 15h. Aquele 7x1 contra a Alemanha ainda está entalado na garganta de muita gente e é um dos motivos pelos quais o torcedor matém uma certa desconfiança no desempenho da equipe.
De camisa amarela e de frente para o televisor, o assistente Heglison Lacerda diz que vai acompanhar todo o mundial. "Acompanho desde criança. Não tem como não torcer. Tem que ser patriota", defende.

O trabalho chama

Do meio para o fim da partida, no entanto, as obrigações falaram mais alto. A medida que o jogo avançou, o clima no Libanus arrefeceu. O terceiro gol da Rússia não foi comemorado com a mesma energia do segundo. Parte dos presentes pagou a conta, deixou o estabelecimento e voltou para o trabalho enquanto a bola ainda rolava no campo. A minutos do fim da partida, porém, a empolgação voltou. Os russos marcaram mais dois gols e mesmo quem não timha ido ao local para ver a partida vibrou.

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