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Conheça brasilienses apaixonados por Copa que colecionam artigos do Mundial

Em Vicente Pires, torcedor tem acervo com mais de 2 mil itens, que vão de camisas autografadas a bandeiras da seleção

Augusto Fernandes
postado em 17/06/2018 07:00

Ele se considera o torcedor número um da Seleção Brasileira. Ex-jogador de futebol, o educador Augustinho Guiotti, 73 anos, acompanhou o Brasil em diversos torneios: Copa do Mundo, Copa América, Olimpíadas, Eliminatórias; Onde a seleção vai, Augustinho dá um jeito de marcar presença. ;Na minha vida, eu tenho três grandes paixões: o meu pai, a minha mãe e o futebol;, afirma o educador.

Como bom torcedor, Augustinho guarda diversas recordações relacionadas à Seleção. Camisetas, chapéus, bolas, fotos, ingressos, autógrafos, troféus, bandeiras e mais uma infinidade de coisas. É tanta coisa, que o educador reserva um espaço para guardar as lembranças, conhecido como Acervo Viva Brasil. ;Tenho mais de 2 mil itens. Sinto um orgulho enorme. Posso reviver momentos marcantes da Seleção;, lembra.

A coleção de Augustinho teve início em 1990, quando ele acompanhou uma Copa do Mundo de perto pela primeira vez. Desde então, ele guarda recordações de todos os torneios. Mas a relação com a Seleção vai além disso. ;Conheci muitos jogadores e também tenho amizade com técnicos que comandaram a Seleção. Sempre quando posso, viajo no mesmo avião da delegação. Também hospedei-me no hotel em que os atletas ficam. Todos me conhecem;, orgulha-se.

Os objetos e as imagens que compõem o museu de Augustinho não o deixam mentir. Ele tem fotos com grandes nomes do futebol brasileiro, como Neymar, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Taffarel. De todos registros, aquele com o treinador da seleção, Tite, aparece entre os favoritos. ;O Tite é muito tranquilo. Quando nos encontramos, nós conversamos por um bom tempo. Espero que ele tenha escutado as minhas orientações para a Copa. Os últimos técnicos que não o fizeram, perderam;, brinca.

Neste ano, Augustinho vai a mais uma Copa do Mundo. Será a oitava desde 1990. Apaixonado pelo Brasil, ele não contém a empolgação. ;Nós temos de fazer aquilo que gostamos e estar em uma Copa do Mundo é um dos maiores prazeres da minha vida;, revela. Da Rússia, o educador trará mais lembranças para contribuir com o acervo. ;Um deles será o hexacampeonato. Tenho certeza de que seremos campeões;, garante.

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Álbuns

Colecionar também virou um hábito para a família do comerciante Ednaldo Nunes, 63. Tudo começou em 1970, quando o Brasil conquistou o tricampeonato. Nas Copas seguintes, ele também comprou os álbuns. Contudo, quase todos sumiram com o passar dos anos. Mesmo assim, Ednaldo recorda do seu favorito. ;Sem dúvidas, foi o de 1982. O Brasil tinha uma seleção que jogava por música. Era bonito de se ver. Zico, Sócrates, Júnior, Leandro; É uma pena que não fomos campeões;, lamenta.

A paixão do pai passou para o filho, o bombeiro militar Ednaldo Nunes Júnior, 38. Eles colecionaram as figurinhas da Copa de 1994, quando o Brasil chegou ao tetracampeonato. ;Foi o meu primeiro álbum de um Mundial e nunca me esquecerei. Ter participado do momento em que o Brasil ganhou o título, para mim, foi o êxtase. Sempre bate uma nostalgia quando olho para o álbum;, diz o bombeiro.

A tradição da família, no entanto, perdeu força depois da derrota do Brasil na final da Copa de 1998, contra a França, por 3 x 0. Decepcionado com o resultado, Ednaldo Júnior nunca mais comprou álbuns de Mundiais. Vinte anos depois, porém, retomou o hábito. ;Em 2014, os meus filhos tiveram a oportunidade de vivenciar a Copa do Mundo no nosso país. Neste ano, como não estaremos na Rússia, voltei a comprar o álbum para que eles possam se sentir parte do torneio novamente;, explica.

Dessa forma, Andrielly Carvalho, 15, e Andrey Carvalho, 8, entraram na brincadeira. Nesta semana, eles completaram o álbum do Mundial da Rússia. Para o garoto, encontrar as figurinhas do Brasil foi a melhor parte de preencher o livro. ;Tem o Neymar, o Gabriel Jesus, o Philippe Coutinho; Esses caras vão trazer o título para a gente;, aposta Andrey.

Raridade

O servidor público Paulo Teles, 61, não coleciona muitos itens. No entanto, desde 1998, guarda duas chuteiras como se fossem um troféu: Ronaldo as calçou no Mundial da França. ;Um amigo meu estava lá, e entrou no vestiário da seleção antes de um treino. Ele deu de cara com o Ronaldo. Como sabia que eu sou fã incondicional do Fenômeno, pediu-lhe as chuteiras;. Naquele ano, apenas 15 pares do modelo haviam sido fabricados. ;Foi muito emocionante. Uma demonstração de gratidão. Simboliza o real valor de amizade;, destaca. Paulo sonha se encontrar com o ex-atacante para conseguiu um autógrafo. ;Era um atleta perfeito. Tinha habilidade com a bola, driblava e chutava bem. Foi o melhor atacante que vi jogar;, definiu.

O estudante Mateus Fraga, 22, começou uma coleção no Mundial da África do Sul, em 2010. Ele tem uma réplica da taça do torneio e minibolas de oito Copas do Mundo. Para ele, guardar essas coisas faz lembrar o amor do brasileiro pelo campeonato mundial. ;Quando estamos fora da época de Copa do Mundo, eu olho para as bolas e lembro o quanto o torneio é importante para o Brasil. Todos nós nos unimos para torcer pelo mesmo objetivo;, ressalta.

Da coleção, três bolas são de torneios em que o Brasil foi campeão: Telstar (1970), Questra (1994) e Fevernova (2002). Mateus também tem a Telstar 18, da Copa da Rússia, e espera que ela seja símbolo de outra conquista da Seleção. ;Até porque eu estou na Rússia e assistirei aos três primeiros jogos do Brasil. Só de falar, arrepio-me todo. Na hora em que o hino tocar, lágrimas vão descer. É um sentimento que não tem explicação. A expectativa é enorme;, frisa.

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