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Adversária na 1º rodada da Copa, Suíça também tem torcedores em Brasília

Com camisetas e, até, unhas nas cores verde-amarela, moradores da capital se preparam para a estreia do Brasil na Copa da Rússia

Mariana Machado, Renata Nagashima*
postado em 17/06/2018 07:00

Donos de uma escola suíça em Águas Claras, a brasileira Patrícia e o suíço Beat Schären (à frente) convivem com a torcida dos alunos e funcionários brasileiros

Quatro anos após a traumática derrota para a Alemanha, os brasileiros esperam iniciar uma nova Copa do Mundo com uma apresentação impecável do time comandado por Tite, hoje, a partir das 15h, contra a Suíça. Por outro lado, os torcedores do país europeu residentes em Brasília se mostram cautelosos. Admitem um empate como um bom resultado. Apostam na eficiência do sistema defensivo, que ganhou o apelido de Ferrolho suíço. Mas assim como os brasileiros, eles estão preparados para uma festa. Muitos estão divididos entre as duas seleções.

O confeiteiro Xavier Odermatt chegou a Brasília em 1973, quando abriu uma das primeiras confeitarias da capital. Ele não abre mão de torcer para a seleção suíça. É tradição do confeiteiro assistir aos jogos na Embaixada da Suíça, que sempre organiza festa, atividades culturais e esportivas. No Brasil, Xavier é fã do Palmeiras. ;Na Suíça, eu não tinha muita afinidade com futebol, mas morando aqui fiquei mais ligado. Gosto de ver um bom jogo;, conta. Para partida de hoje, Xavier brinca que vai se passar por inimigo da Seleção Brasileira por um dia. ;Será o primeiro jogo, né! Depois eu vou torcer para o Brasil, porque não acredito que a Suíça vai chegar muito longe, talvez, passe para as oitavas de final, mas depois já é mais difícil;, pondera.

Para a família Sch;ren a situação é mais complicada. Patrícia Sch;ren, 46 anos, é casada com o suíço Beat Sch;ren, 54. Juntos há 10 anos, o casal tem um filho, Louis Miguel Sch;ren, 3, e vivem entre o Brasil e na Suíça, pois comandam uma escola suíça-brasileira em Águas Claras. A empresária afirma que a partida de hoje é de apertar o coração, já que não pode deixar de torcer por nenhum dos dois países. ;Estarei com as duas camisetas na mão, mas meu coração é brasileiro. Porém, quando o Brasil não estiver em campo, vou vibrar pela Suíça;, brinca. Ela aposta em uma vitória de 2 x 0 para o Brasil, com gols de Neymar. Beat, porém, fala em vitória da Suíça. ;O (meia-atacante) Xherdan Shaqiri vai marcar o único gol da partida.; O suíço acrescenta que vai torcer pelo Brasil quando seu time não estiver em campo. ;Dessa vez a Suíça não tem chances de chegar até a final;, ressalta.

Brasileira com nacionalidade portuguesa e coordenadora da escola suíça de Águas Claras, Maria da Graça Zeferino Campos Lopes, 53 anos, também se sente dividida. ;A Suíça é uma nação-irmã, assim como Portugal, mas vou torcer para o Brasil, claro. Porém, se eles (os suíços) ganharem estarei feliz do mesmo jeito, porque é uma cultura a qual eu tenho muito carinho.; Graça, que pretende assistir ao jogo em casa com toda a família vestida de verde-amarelo, acredita que a Seleção Brasileira vai ter dores de cabeça com a Suíça. ;Eles estão bem preparados. Pode acabar em 3 x 2 para o Brasil, com gols do Neymar, Roberto Firmino e Gabriel Jesus;, avalia.

Empolgação

Muitos brasileiros capricham no visual para torcer pela Seleção. A administradora Flávia Muniz, 48, está desde sexta-feira andando pela cidade com as cores do Brasil, usando a camisa da Seleção e pulseira com pingentes de bandeira e bola de futebol. ;Para cada jogo tem de ter um look diferente. Se eu pintar a unha de verde no domingo e o Brasil ganhar, vou ter que usar a mesma cor em todos os jogos para dar sorte;, frisa. Mas quem vê a torcedora, nem imagina que ela na verdade não está acreditando muito na conquista do hexa. ;Torço pelo Brasil, mas, honestamente, acho que a França leva a Copa;.

De olho nos torcedores empolgados, salões e lojas oferecem desde unhas decoradas até o passo a passo da maquiagem perfeita em verde-amarelo. Em uma das ruas mais decoradas de Brasília, a comercial da 308 Sul, uma esmalteria entrou no ritmo da Copa. Na sexta-feira, todas funcionárias trabalhavam vestidas nas cores da bandeira do Brasil. A dona, Ana Carolina Teixeira, 39 anos, disse que a decoração da rua anima as pessoas, que passaram a pedir o azul, verde e amarelo nas unhas. Ana afirma que os dias de véspera de cada jogo estarão lotados. ;Na sexta-feira, a agenda estava cheia, por causa do jogo de domingo. Na quinta-feira, também, por conta do jogo de sexta (contra Costa Rica). Normalmente, as clientes só pintam de vermelho ou nude. Com a Copa, tem mais gente pedindo as cores da bandeira.;

Nas lojas de roupa, as marcas estão apostando em quem quer vestir as cores do Brasil, mas não usar a camisa oficial da Seleção. Em Taguatinga, no Taguacenter, é possível encontrar bodys e camisetas com estampas da bandeira, por exemplo. A vendedora Mirian Novaes, 32 anos, conta que as clientes procuram opções diferentes para vestir nos dias de jogos.

A marca brasiliense Biruta vestiu os manequins com vestidos, camisetas e shorts que, mesmo sem o logotipo da CBF, trazem o espírito de torcedor. A gerente de marketing da loja, Márcia Oliveira, apaixonada por futebol, está confiante que a empolgação do torcedor vai aumentar após o jogo de hoje. ;O Brasil vai ganhar, isso é fato. Vai dar 2 x 0 para o Brasil;, diz.


Para saber mais - Frustração nazista


Na Copa do Mundo de 1938, disputada na França, com apenas 15 equipes e uma fortíssima conotação política, a Alemanha era uma das maiores favoritas ao título. Hitler pretendia usar o esporte para demonstrar a superioridade germânica. Mas a seleção alemã acabaria por cair logo na primeira eliminatória, frente à modesta Suíça, graças a uma forte zaga, que segurou um 4 a 2. A partir de então, a equipe da Suíça passou a ser conhecida como o Ferrolho suíço.
A Suíça foi líder do seu grupo nas eliminatórias na Copa do Mundo da Rússia, com sete vitórias consecutivas, mais de um ano de invencibilidade e 300 dias sem sofrer gol. Ocupa o sexto lugar no ranking da Fifa. O ponto forte da seleção é um sistema defensivo, o único a terminar uma Copa, a de 2006, sem levar um gol.

De cara pintada


Para quem também quer caprichar na maquiagem de Copa do Mundo, a maquiadora Lorena Prado preparou dicas de um look verde-amareloPara quem também quer caprichar na maquiagem de Copa do Mundo, a maquiadora Lorena Prado preparou dicas de um look verde-amarelo:

; 1; passo

Com a pele preparada, aplique pó translúcido abaixo dos olhos para evitar que a sombra que será aplicada mais tarde manche a maquiagem;

; 2; passo:

Aplique corretivo nos olhos para fixar a sombra e, em seguida, com um pincel grande, esfume a sombra amarela no côncavo;

; 3; passo

Em seguida, aplique a sombra verde na pálpebra móvel, fazendo um degradê com o amarelo;

; 4; passo

Agora é a vez de aplicar o lápis preto na linha d;água e na parte inferior dos olhos. Depois, com um pincel chanfrado, use sombra azul para esfumar o lápis preto;

; 5; passo

Abaixo da sombra azul, na parte inferior dos olhos, aplique a sombra amarela, esfumando;

; 6; passo

Faça o delineado gatinho e reforce esfumando com a sombra azul. A dica é usar uma esponjinha para evitar a marca de dedos;

; 7; passo

Passe rímel e aplique os cílios postiços para aumentar o olhar. No canto interno dos olhos, faça um ponto de luz com glitter azul.Finalize os olhos varrendo com um pincel o pó translúcido e a sombra que tiver caído ali;

; 8; passo

Contorne os lábios com um lápis cor de boca e depois use um batom nude para preencher. Use um spray para fixar e finalizar a maquiagem.

* Estagiária sob a supervisão de Renato Alves.

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