Cidades

Preso vendedor de flores que recolhia coroas do cemitério e as revendia

Denúncias anônimas levaram os investigadores ao suspeito. De acordo com a Polícia Civil, ele esperava o fim do sepultamento e pegava de volta os produtos comercializados para revender

Isa Stacciarini, Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 19/06/2018 10:09
Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul
Um comerciante que revendia coroas de flores para vendedores foi preso nesta terça-feira (19/6), em frente ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Segundo investigação da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), o homem, identificado como Domingos Eduardo de Negreiros Silva, 33 anos, ia até o cemitério todos os dias pela manhã, onde pegava as coroas de volta para serem anunciadas.

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A polícia chegou até o homem após denúncia, em 11 de junho. O delegado-adjunto da 1; DP, Ataliba Neto, contou, que um dia depois do enterro o vendedor ia até os túmulos onde havia as coroas. Ele retirava as faixas de homenagem e, se as pétalas das flores não estivessem bonitas, as jogava fora. Na maioria das vezes, ele carregava o caixote do arranjo e as folhas de palmeiras.
Policiais flagraram o momento em que o homem recolhia flores de um túmulo

Agentes prenderam o homem em flagrante na manhã desta terça-feira (19), quando ele retirava as flores de um túmulo. Dois policiais ficaram de campana durante todo o início da manhã. Apesar de o cemitério não ter aberto as portas, Domingos já estava no local. Por volta das 7h, o suspeito entrou de carro no local e foi direto para um túmulo.
"Os policiais viram o instante em que ele subtraiu os três caixotes e as folhas de palmeiras. O restante dos arranjos foi completamente danificado, ele não teve cuidado algum", relata o delegado.
Domingos disse aos agentes não saber que pegar o material seria crime e que fazia uma "reciclagem". "Ele disse que o cemitério joga fora, mas a questão é que ele não esperava isso ocorrer. O homem também alegou que essa ação é comum no cemitério, que não era o único. Nosso próximo passo é averiguar essas informações", delimita Ataliba.
Em entrevista ao Correio, Domingos confirmou a versão da polícia, alegando não saber que a ação dele configura crime. "Em nenhum momento algum funcionário do cemitério veio falar comigo, informando que era errado. Mas eu nunca peguei qualquer coroa, só os caixotes, para reutilizá-los, pois é difícil encontrar no mercado", disse. O comerciante pagou uma fiança de R$ 960 e responderá por furto em liberdade. A penalidade para o delito é de 1 a 4 anos de reclusão.
Além de tentar identificar outras pessoas que furtariam os arranjos, os policiais procuram os vendedores que compravam as coroas de Domingos. Se houver a comprovação de que os comerciantes sabiam da procedência do material, eles poderão ser indiciados por receptação.

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