Cidades

Polícia prende estelionatária que aplicava golpes em empresários

De acordo com a investigação, Gilda Maria aplicou golpes contra empresários de alto poder executivo em vários estados, sempre indicada por uma pessoa de notoriedade política, cuja identidade não foi revelada pela polícia

Mariana Machado
postado em 21/06/2018 13:58

A estelionatária chegou a roubar 150 mil dólares de um empresário em BrasíliaAcusada de aplicar um golpe de US$ 150 mil em um empresário de Brasília, a estelionatária Gilda Maria da Silva Xavier, 53 anos, foi presa nessa quarta-feira (20/6) pela Polícia Civil do Distrito Federal. A suspeita foi localizada no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). De acordo com a investigação, Gilda Maria aplicou golpes contra empresários de alto poder executivo em vários estados, sempre indicada por uma pessoa de notoriedade política, cuja identidade não foi revelada pela polícia.

Ao menos outras três vítimas no estado de São Paulo foram identificadas e também há suspeita de vítimas no Paraná. A polícia chegou até a criminosa após a denúncia de uma vítima em Brasília, quando descobriram que já havia dois mandados de prisão contra ela, em Minas Gerais e em Goiás.

Segundo a delegada Isabel de Morais, da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes, Gilda escolhia sempre pessoas com o mesmo perfil: empresários do alto poder executivo e que trabalham com o mercado financeiro. ;Como a estelionatária apresentava conhecimento do jargão financeiro e era sempre bem indicada, as vítimas baixavam a guarda;, relatou a delegada. A polícia agora vai investigar quem pode ser esta pessoa responsável pelas indicações, que também poderá ser indiciado.

Para convencer os empresários, Gilda oferecia um serviço de plataforma de monetização de títulos e pedras preciosas, e cobrava 150 mil dólares. O valor era depositado na conta de um familiar dela, cujo nome também não foi divulgado, mas que responde a inquérito.

Golpes em Caldas Novas

Ela agia há pelo menos 18 anos, segundo a investigação. Em 2001, após o atentado terrorista ao World Trade Center, em Nova York, ela havia recrutado jovens na cidade de Caldas Novas (GO), com a promessa de trabalho para retirada de escombros na cidade.

A estelionatária dizia que, para agilizar a documentação necessária para a viagem, precisava de um pagamento entre mil e dois mil dólares das vítimas. No entanto, tudo não passava de mais um golpe: logo após o pagamento, ela desaparecia. Ao menos 21 pessoas caíram no golpe.

Agora, Gilda Maria da Silva vai responder pelo crime de estelionato e deve ser transferida para Goiânia (GO). A pena vai de 1 a 5 anos de prisão. A polícia espera que mais vítimas façam a denúncia e irá investigar se outras pessoas estão envolvidas no esquema.

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