Cidades

Secretaria admite troca de bebês e vai exumar corpo de criança enterrada

Pai percebeu a troca nesta quinta-feira (28), quando foi buscar a criança para enterrá-la. Davi Lucas nasceu morto na sexta (22)

Sarah Peres - Especial para o Correio, Mariana Niederauer
postado em 28/06/2018 17:15
Hospital do Paranoá
A Secretaria de Saúde admitiu que houve troca dos , e afirmou que vai exumar o da criança enterrada nessa quarta-feira (27/6). Trata-se do filho de Fabricia da Silva, 29 anos, e Francisco Faustino, 39, que foi buscar o filho para enterrá-lo, nesta quinta-feira (28/6) pela manhã.
A criança foi entregue a outra família e enterrada ontem, por isso a necessidade de exumação do corpo. Segundo o diretor do Hospital da Região Leste do DF, formadas pelas cidades do Paranoá e São Sebastião, Leonardo Ramos, a própria equipe percebeu a "falha na liberação dos corpos" no momento em que ia entregar o menino a Francisco. Ele justifica que as mães das duas crianças têm o nome muito parecido, o que pode ter levado ao erro, uma vez que todos os natimortos são identificados dessa maneira.
O outro bebê era filho de uma mulher que não sabia que estava grávida e deu entrada no hospital já em trabalho de parto. O bebê morreu momentos depois do nascimento. "Houve equívoco quando a assistência social veio buscar o natimorto (ontem) para fazer o sepultamento social da criança", afirma o diretor. "O pessoal da assistência social, junto com a nossa chefia de equipe, leram um nome trocado com outro e entregaram o corpo errado."
Quando Francisco chegou ao hospital na manhã desta quinta, a equipe percebeu que o corpo no necrotério não era o do filho dele. "Foi aí que tomamos providências, abrimos processo administrativo para ver onde houve culpa e falha", garante Ramos.

A Polícia Civil já foi acionada para exumação do corpo do filho de Fabricia e Francisco. O prazo para liberação depende, agora, do Instituto de Medicina Legal (IML). "Procuramos as duas famílias imediatamente para dar assitência. Vamos começar um plano de assistência social com ambas", finaliza o diretor.
A mãe estava no 9; mês de gestação quando entrou em trabalho de parto e foi até o Posto de Saúde. De lá, acabou encaminhada ao Hospital Regional do Paranoá, onde dois médicos constaram o óbito do bebê, que não tinha batimentos cardíacos. Nesta quinta-feira (28/6), no momento em que o pai voltou à unidade de saúde para buscar o menino, percebeu que não se tratava de seu filho, Davi Lucas, mas sim de outra criança.
Fabrícia foi submetida a uma cesariana e ficou no hospital até segunda-feira (25/6), em recuperação. A família, de baixa renda, havia contado com o apoio de parentes para montar o enxoval do menino, batizado de Davi Lucas. O casal optou por velar a criança, mas, como não tinha dinheiro para o enterro, o pai pediu que o corpo ficasse na unidade de saúde por alguns dias. Depois de conseguir ajuda financeira com familiares e com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Francisco voltou ao hospital, quando constatou a troca de bebês.

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