Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 05/07/2018 09:51
Um dia após a morte de mãe e filho a tiros na Rodoviária do Entorno do Distrito Federal, nenhum ambulante teve permissão para trabalhar no lugar. Na manhã desta quinta-feira (5/7), o terminal está vazio. Apenas os passageiros e os funcionários da rodoviária circulam na região. Além disso, dezenas de agentes da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e policiais militares permanecem no terminal para impedir que os vendedores irregulares atuem.
Cerca de cinco ambulantes estão próximos ao estacionamento e, de longe, observam a movimentação dos fiscais. Até mesmo os moradores de rua, que costumam ficar ao lado do terminal, próximo aos banheiros, não apareceram hoje. "Muita gente veio trabalhar, mas quando a Agefis chega, a gente corre", conta uma vendedora de 67 anos que pediu para ter o nome preservado. A mulher afirma que é novata no ramo e diz nunca ter tido problemas no lugar. "Todos trabalhamos de forma independente. Se alguém fica no meu ponto, eu procuro outro. Sabemos que somos irregulares, mas é nossa forma de ganhar dinheiro", lamenta. De acordo com ela, a tragédia de ontem preocupa quem trabalha na rodoviária.
Assassinato
Na tarde dessa quinta-feira (4/7), Maria Célia Rodrigues dos Santos, 38 anos, e Wellington Rodrigues Santos da Silva, 22, foram assassinados no terminal. A filha e irmã das vítimas, Kerolyn Keen Moreira, 19, também foi baleada e encaminhada ao Hospital de Base. O trio atuava como comerciantes irregulares no local. A suspeita é de que uma disputa por ponto de venda tenha motivado o crime. Ninguém foi preso até o momento.
O impedimento da atuação dos ambulantes se estendeu até a Rodoviária no Plano Piloto. O lugar, que é repleto de vendedores irregulares, estava vazio. Policiais e funcionários da Agefis também circulam pela área. Até mesmo na plataforma superior do terminal e no caminho entre o Conjunto Nacional e o Conic os comerciantes não montaram os tradicionais estandes de venda.
Uma funcionária da limpeza, que também não quis ser identificada, conta que chegou para trabalhar às 6h e que os ambulantes estavam informados de que a fiscalização seria intensificada nesta quinta. Por isso, eles decidiram se dispersar. O Correio entrou em contato com a Agefis, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Hoje à tarde, o delegado-chefe da 5; DP, Rogério de Oliveira dará mais informações sobre o caso em coletiva de imprensa.