Cidades

Canil clandestino mantinha cães amontoados em jaulas sujas e sem comida

O local mantinha os cachorros amontoados sobre as próprias fezes e urinas. Dona do canil foi liberada após assinar termo circunstanciado

Hellen Leite
postado em 05/07/2018 14:19
Cachorros vivam presos em gaiolas. Segundo protetores, alguns deles nunca haviam colocado as patas no chão
Uma denúncia anônima levou a polícia até um canil clandestino em Taguatinga Norte. No local, 26 animais viviam amontoados em sete gaiolas, sem água e ração suficientes. Segundo uma das protetoras que acompanha o caso, o local era sujo e alguns dos animais nunca tinham sequer colocado as patas no chão.

O flagrante ocorreu na quarta-feira (4/7). A dona do canil, uma mulher de 55 anos, foi levada à delegacia e liberada após assinar termo circunstanciado. Ela deve responder por maus-tratos aos animais, cuja pena é de três meses a um ano.

Segundo testemunhas, o cheiro forte das fezes e urina que se acumulavam debaixo das gaiolas podia ser sentido de longe. "Os animais estavam mortos de fome, e todos estão com problemas de pele por não tomarem banho. Estão com pelos embolados, com doenças neurológicas e problemas de coluna, de tanto ficarem trancados", descreve a advogada e protetora Ana Paula Vasconcelos.

Os 26 cães - 23 yorkshires e 3 malteses - foram resgatados e levados a uma clínica veterinária. A ONG ProAnima está em busca de voluntários que possam dar um lar temporário aos cães, uma vez que os animais ainda não podem ser adotados, por estarem sub judice. Agentes da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambientes do DF (Dema) também estão na empreitada.

Filhotes vendidos por R$ 2.400


Segundo informações da Polícia Civil, a dona do canil assumiu que o local não tem responsável técnico para cuidar dos cachorros. Dos 26 cães, 10 fêmeas, com idades entre 6 e 9 anos, são reprodutoras. Uma cadela teve filhotes há pouco tempo e outras três estão prestes a parir.

Cada filhote da raça yorkshire é vendido por até R$ 2.400 em sites na internet. Já cachorros da raça maltês custam até R$ 2.200. Para protetores, quem compra filhotes sem saber as condições dos canis contribui para a exploração animal. "Constantemente, recebemos denúncias de maus-tratos. É preciso que acabe essa cultura de compra de vidas. É um comércio cruel", alerta Ana Paula.

Denúncias


Maus-tratos aos animais devem ser denúnciados à Polícia Civil através do telefone 197, pelo WhatsApp (61) 98626-1197, telefone (61) 3207-4856 ou por e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br. O Batalhão Ambiental da Polícia Militar também pode ser acionado, 24 horas por dia, pelo telefone (61) 3190-5190 e pelo WhatsApp (61) 99351-5736.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima. Os policiais, quando acionados, observam aspectos básicos como higiene do local, alimentação e se há sofrimento físico ou psicológico do bicho.

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