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Que tipo de torcedor é você na Copa do Mundo? Faça o quiz e descubra

Os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo empolgam os brasilienses. Há quem decore a casa, vista-se de verde-amarelo ou fique em silêncio, tomado pela emoção. Os perfis são os mais variados, mas o que vale mesmo é a confraternização

Isa Stacciarini
postado em 06/07/2018 06:00
Os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo empolgam os brasilienses. Há quem decore a casa, vista-se de verde-amarelo ou fique em silêncio, tomado pela emoção. Os perfis são os mais variados, mas o que vale mesmo é a confraternização

Jogadores escalados, Hino Nacional, apito do árbitro. A partir do momento em que a Seleção Brasileira entra em campo, revelam-se as mais diferentes facetas dos torcedores. Há aquele que, de tanta ansiedade, resolve assistir ao jogo em pé. Na arquibancada do estádio ou na mesa do bar, encontra-se o palpiteiro. Amante do futebol, ele incorpora o técnico e comenta, a cada instante, o que Tite deveria fazer. O fã mais tecnológico acompanha a partida com o celular na mão, pois gosta de acompanhar as piadas nas redes sociais. Há, ainda, aquele que segura a emoção e assiste ao jogo sozinho, em casa, sem festa. Apesar de comedido, é do tipo que coleciona álbuns de figurinhas e sabe de todos os detalhes do time.

O aposentado Antônio Eustáquio da Silva, 61 anos, é um desses fanáticos. Desde a Copa de 2010, ele decora a fachada e as paredes da casa em verde-amarelo, hasteia bandeira, monta mural com os cinco títulos do Brasil e coleciona álbuns de todos os mundiais. ;Sou aquele torcedor cheio de esperança, o primeiro a sentar em frente à televisão. Bate um nervosismo e tem hora que a gente xinga e dá palpite mesmo, não tem jeito;, conta.

Em dia de jogo do Brasil, o lar de Antônio fica movimentado. Amigos, vizinhos e crianças se juntam na garagem dele para assistir à partida. O aposentado liga a caixa de som, leva a tevê para fora e prepara a confraternização. ;Aqui, todo mundo fica eufórico. O espírito da Copa contagia as pessoas e envolve a comunidade. Para mim, é um momento de desestresse, mesmo com todo o nervosismo que a gente passa;, reforça.


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Competitividade

Mas há quem não dê a mínima para a competição. É o caso de Stella de Domênico, 52. O nível de desinteresse é tanto que, no dia do 7 a 1 da Copa do Mundo de 2014, quando a Alemanha goleou o Brasil, Stella tomava banho enquanto a partida segurava a atenção dos brasileiros. Ela só soube do resultado algumas horas depois. ;Desde criança, nunca me atraí por esportes. Acho chata toda essa coisa de ganhar, ganhar e ganhar;, comenta.

A publicitária acredita que o excesso de competitividade ganha um ;valor desnecessário;. ;Em alguns campeonatos, as pessoas incorporam a identidade do atleta ou do clube e até se matam por isso. Parece algo como a religião. Não consigo ver lógica;, critica. Como não se reúne com ninguém para assistir aos jogos, Stella aproveita as partidas da Seleção Brasileira para colocar os hobbies em dia. ;Não sofro por causa disso. Uso as folgas para ver filmes, resolver pendências, sair para passear com os cães e aproveitar as ruas vazias;, diz.



Educação e aprendizado

Para a família Cruvinel, além do patriotismo, a Copa do Mundo traz um significado cultural e histórico. O casal Antônio Francisco Cruvinel, 48, e Flávia Rocha Mello, 43, procura identificar sempre para os filhos, João Paulo e Ana Teresa Cruvinel, 16 e 9 anos, os hinos dos outros países, além da forma como os torcedores se caracterizam e a identidade dos locais. ;O foco, claro, é torcer pelo Brasil, mas procuramos incentivá-los a ver as outras seleções e o que elas representam;, ressalta o servidor público.

Na última vez em que Brasil foi campeão, em 2002, Antônio Francisco e a mulher assistiram à final contra a Alemanha. Na ocasião, Flávia comprou uma camisa verde-amarela e, desde então, só assiste aos jogos com ela. ;Sempre completamos o álbum de figurinhas e mostramos para os filhos onde ficam os países no mapa. Também tentamos incentivá-los no esporte e na cultura. Estamos confiantes de que eles verão o Brasil ser campeão novamente;, afirma a mãe.

Ranzinza

Na casa do engenheiro Júlio França, 43, não há nada nas cores do Brasil. Nem camisa da Seleção ele usou neste ano por causa das manifestações de 2015. ;Não quero ser confundido;, diz, com pesar, por não vestir a camisa Canarinho. Questionado sobre o tipo de torcedor que é, ele responde: ;O tipo normal, que assiste aos jogos e dá palpite na escalação e na arbitragem;, completa.

Antes que possa concluir, a mulher dele, a psicóloga Isabel França, 40, intervém: ;Normal? Se existir o tipo mal-humorado, esse é o Júlio. Ele apela com todo mundo que está em volta e que faça comentários que ele considere bobagem. Se o time perde, pode ser na Copa ou o Palmeiras, ele não aceita brincadeira. Apela feio;, revela Isabel, às gargalhadas. Júlio concorda com a mulher, mas ;em partes;. ;Olha, realmente acho de mau gosto as pessoas fazerem brincadeira diante de uma derrota do meu time. Mas não sou mal-humorado. Talvez, um pouco;, reconhece o engenheiro.

Colaborou Adriana Bernardes

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