Cidades

De novo? Brasiliense enfrenta trânsito e pode perder 1º tempo de Brasil

A Rodoviária do Plano Piloto recebe fluxo grande de passageiros em horário incomum

Vera Batista, Ingrid Soares, Erika Manhatys*, Aline Ramos*
postado em 06/07/2018 12:17
Fluxo intenso de veículos congestionam o Eixo Monumental
Muitos trabalhadores que foram liberados para assistir à disputa entre Brasil e Bélgica começam a movimentar as vias de Brasília, sobretudo na área central do Plano Piloto. Por volta do meio-dia, o movimento dos carros já começa a ficar intenso na Esplanada com a saída dos servidores voltando para casa.
Margarete Padilha, 62 anos, 40 deles na administração federal, está animada. "Vou torcer com os amigos e depois pagar as horas não trabalhadas". Segundo ela, o dia hoje foi normal. "A quantidade de processos foi a mesma". Ela entrou em três bolões de apostas. "Coloquei 2 x 0 em dois e 0 x 0 no outro". Patrícia Veras, 46, também vai para casa."Acho que vai ser 0 x 0. A partida será decidida nos pênaltis." De acordo com elas, o Ministério do Planejamento, onde trabalham vai funcionar parcialmente nesta tarde. "Na minha sessão, das 20 pessoas, de 8 a 10 vão continuar trabalhando", assinalou Patrícia.

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As principais saídas já apresentam retenção, no SAAN sentido Estrutural a via está parada. Engarrafamenro intenso a partir do Shopping Popular. Os motoristas já demonstram impaciência com buzinaços. Na parada da Estrutural e vestindo uma camiseta verde e amarela, a doméstica Elza Maria Araújo, 53 anos, aguarda ansiosa um ônibus para a cidade de Águas Lindas, onde reside. Ela marcou um churrasco com os amigos e teme não chegar a tempo. "Estou ansiosa para assistir. Nunca gostei de jogo, mas os do Brasil eu não perco por nada". Ela chutou um placar de 2 x 1.

Passageiros à espera do transporte também sentem a pressão dos congestionamentos, a estudante Lucivânia Ventura, 16 anos, aguardava um ônibus para Taguatinga. Com a mão no queixo e já meio desesperançosa, calculava se chegaria a tempo, mas encontrou uma solução, caso se atrase. "Se nada der certo por conta do trânsito, vou acompanhar pelo celular mesmo, dentro do ônibus. Tudo para ver o Neymar jogar", diz a fã do jogador. Confiante de que o Brasil vai ganhar, apostou em um 2 x 0.
No Jockey Club a situação não é diferente, existem pontos de retenção que impedem a chegada dos torcedores a suas casas. No meio do trânsito por pelo menos meia hora, a empresária Andresa Damásio, 40 anos, também está angustiada.
Moradora de Águas Claras ela afirma que, com o trânsito, novamente não conseguirá assistir ao jogo do Brasil. "Da última vez foi a mesma coisa. Fiquei uma hora e dez na fila. Tinha combinado com amigos de vermos juntos, mas fiquei com tanta raiva que quando consegui sair do lugar fui para casa direto". Dessa vez, o rádio já está sintonizado para acompanhar o time jogar. Também confiante, ela acredita que o país vai para a final. "Só não sei se chega a ganhar a Copa, mas o jogo de hoje está ganho", acredita.

Transporte público


Passageiros movimentam plataforma do Metrô, na Rodoviária
A Rodoviária também apresenta fluxo intenso de passageiros, a maioria das pessoas trajando camiseta verde e amarelo apressam o passo na tentativa de ganhar minutos a mais na corrida contra o tempo. A partida começa às 15h, e Gerson Gonçalves, 47 anos, morador do Recanto das Emas diz que chegou mais cedo ao trabalho para conseguir sair um pouco antes do horário previsto. ;Era pra eu sair às 13h como todo mundo, mas negociei com o chefe para sair ao meio-dia. Como moro longe, não quero perder um minuto sequer da partida, preso no trânsito. Saindo o mais cedo possível consigo garantir que não vou perder nada;, comenta o ajudante de pedreiro.
Logo ao lado, na baia de ônibus da linha samambaia, uma fila se forma e os passageiros aguardam a saída do próximo ônibus. ;Estou inquieta na espera desse ônibus. Felizmente meu chefe me liberou mais cedo hoje, pois no outro jogo que foi a tarde escutei a partida pelo celular de outras pessoas, enquanto estava no ônibus presa no engarrafamento. Foi horrível, perdi um jogão. Eu estou na torcida pelo Brasil, e o bom é ver na TV para não perder nenhuma queda do Neymar;, comenta em tom de brincadeira a secretária Marcela Santos, 25. Ela aposta no placar de 2 x 1 para o Brasil.
Nas lojas de roupa na Rodoviária comerciantes anunciam ;camiseta da seleção só 20 reais;, ;olha a camiseta do Neymar;, ;vamos aproveitar pessoal;. Em um estande próximo ao metrô, começam a juntar pessoas tentando aproveitar a oferta anunciada. José Carvalho da Silva, 38 anos, locutor, morador da Ceilândia, contou que vai aproveitar a promoção para levar camiseta para a família toda. ;Para ser sincero eu não acreditava que o Brasil ia tão longe nessa Copa. A última foi um fracasso e deixou essa sensação de medo, mas o Brasil avançou e agora fiquei animado para comprar a camiseta e torcer em grande estilo. Vou levar para minha esposa e para os meus meninos, eles amam futebol;.
As estações do Metrô recebem movimento elevado de passageiros, na rodoviária, formam-se filas para conseguir atendimento no caixa e para acessar a plataforma. Na tentativa de evitar tumultos, a equipe do transporte inslalou divisórias para organizar a movimentação. Roberto Vasconcellos, 40 anos, está no caixa para comprar bilhete de embarque.
O funcionário público comenta que hoje foi mais esperto ao optar por deixar o carro em casa. ;No jogo da Sérvia assisti o primeiro tempo no carro e estressado com o trânsito. Dessa vez, já me programei para deixar o carro em casa, pois só com o metrô é possível fugir do caos do trânsito;, comenta. Roberto acredita no placar de 1x0 para o Brasil. ;A Seleção está jogando muito, mas a Bélgica é boa. Vai ser puxado mas vamos conseguir;, conclui.

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* Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer

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