Cidades

Garoto de 14 anos é morto a pedradas por outro adolescente em Santa Maria

Suspeito do crime tem 13 anos. Nas redes sociais, mãe da vítima pede por justiça e população da cidade está chocada com o crime

Mariana Machado
postado em 11/07/2018 13:41
Coração de pedra
O assassinato do adolescente Gabryel Bezerra Pereira, 14 anos, tem mobilizado a população de Santa Maria, que está chocada com a brutalidade do crime. Na última quinta-feira (5/7), o garoto foi a uma festa na QR 116 e acabou morto a pedradas no momento em que deixava o evento. O suspeito, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), é outro adolecente, de 13 anos.
Segundo a ocorrência registrada, um policial da 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria) foi informado, por volta das 4h30 daquele dia, de que o corpo de Gabryel tinha sido encontrado na rua. Após chegar ao local, o policial ouviu relatos de testemunhas e chegou até a casa do suspeito, que confessou ser o autor.
Gabryel foi morto quando voltava de uma festaO menor foi, então, encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, para o Núcleo de Atendimento Integrado (DF), onde aguarda decisão da Vara da Infância e da Juventude.
Câmeras de segurança de uma farmácia próxima captaram o momento em que Gabryel foi apedrejado, mas, devido à grande violência das cenas, o Correio decidiu não divulgar as imagens. O vídeo mostra o envolvimento de outro jovem no crime. A polícia conseguiu identificar o suspeito e disse que se trata de outro menor de idade. Ele está foragido.
Antes dos dois envolvidos fugirem na mesma direção, um de bicicleta e outro correndo, eles retiram e levaram o casaco de Gabryel. O corpo do menino foi achado por populares 25 minutos depois da fuga.

"Deus me ajude", pede mãe

Gabryel foi velado dois dias após a tragédia. A morte comoveu a população, que prepara uma passeata pedindo paz e mais segurança para o próximo domingo (15/7). A mãe do adolescente morto, Danielle, se manifestou nas redes sociais: "Mesmo que as pessoas me digam que devo superar a sua perda, nunca vou, porque perder você da forma que perdi não dá. O meu desejo de justiça é maior. Deus, me ajude. Permita que estas pessoas paguem por este crime. Não deixe impune".
Danielle conta que na noite em que Gabryel foi assassinado, ele recebeu uma ligação de duas amigas o chamando para uma festa. ;Ele tinha chegado em casa às 20h com dor de cabeça e foi deitar, mas à meia-noite recebeu essa ligação. Eu pedi para ele não ir, para ficar em casa descansando, mas ele disse ;mãe, é rapidinho, eu prometo volto logo, pode me esperar;. Eu estou esperando até agora;, lamenta a mãe.
Ela conta que soube que Gabryel passou a maior parte da festa dançando com os filhos das amigas que o convidaram, mas que, em determinado momento, dançou com uma moça, namorada de um presidiário. ;Por causa disso começaram a bater no meu filho ali mesmo. Ele pediu desculpas e foi embora, mas já tinha alguém esperando ele do lado de fora. Não foi só um, foram duas pessoas que apedrejaram o Gabryel. Não deram nem chance do meu bebê se defender;, disse a mãe. ;Estou até me sentindo ameaçada porque sei que tem um outro bandido foragido;, relatou.
Os dois tinham uma relação muito próxima, e o menino adorava cantar. Nas redes sociais, a mãe divulgou vídeos dele cantando. Além de cantar na igreja, Danielle disse que ele gostava de rap e chegou a fazer parte de um grupo. ;Meu filho era um bom menino, tanto que na autópsia não foi encontrado nada que indicasse uso de drogas o álcool. Ele estava limpo, nunca usou nada;.
Além da mãe, Gabryel deixa uma irmã, de 7 anos, e o padrasto. ;Era um relacionamento muito feliz em casa. Ele era muito brincalhão, a gente ria muito com ele. No velório minha filha perguntava porque a gente tinha colocado o irmão dela ali. Precisei falar que a gente estava guardando o Gabryel, para ele não sofrer mais;, contou Danielle.

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