Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 17/07/2018 10:00
Após quatro anos de portas fechadas, o Pronto Atendimento Infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) voltou a funcionar. Ao todo, 36 médicos aprovados no último concurso da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) foram convocados para assumir os cargos e atender os mais de 300 mil habitantes de Santa Maria e do Gama. A pediatria estava fechada desde abril de 2014, por falta de médicos, e o público passou a ser atendido pelo Hospital Regional do Gama, que também teve o atendimento infantil encerrado em abril de 2017.
A nova pediatria conta com 12 leitos de observação e 15 de internação. O superintendente da Região de Saúde Sul, Robledo Lacerda, conta que a orientação da Secretaria de Saúde é que o público continue a procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) mais próximas de casa. "Os casos mais graves serão encaminhados para o hospital. Indicamos que a população só procure diretamente a pediatria de Santa Maria em casos de emergência", explica.
Além disso, a Unidade de Terapia intensiva (UTI) do HRSM conta também com 18 leitos neonatais e 21 pediátricos. O centro obstétrico recebeu reforço no atendimento, e no último mês registrou 440 partos, 388% a mais do que em maio. "Estamos trabalhando também para entregar o mais rápido possível um centro de parto normal no Hospital Regional do Gama", informou o superintendente.
Atendimento distante
Com o fechamento das unidades pediátricas de Santa Maria e do Gama, os moradores da região tinham que percorrer o DF em busca de atendimento ao público infantil. A Secretaria de Saúde indicava que nos casos de urgência e emergência os brasilienses recorressem aos hospitais regionais da Asa Norte, de Brazlândia, de Ceilândia e o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
O superintendente Robledo conta que ainda não há previsão para a pediatria do Gama voltar funcionar. Na época, a especialização funcionou por pouco mais de um mês, e acabou fechada porque dos 22 médicos recém-contratados, 14 pediram demissão nas duas primeiras semanas de funcionamento alegando baixa atratividade salarial somada à grande demanda de atendimentos. Foram 4.860 atendimentos em um mês.
O superintendente Robledo garante que o fato não deve se repetir com a reinauguração de Santa Maria. "Os médicos do Gama não eram efetivos, diferente dos de Santa Maria. Acreditamos que agora esse serviço será consolidado, o que vai garantir que o público tenha um atendimento de qualidade", explica.