Cidades

Corpo de bebê trocado no Hospital Regional do Paranoá é exumado

Amostras genéticas dos dois casais envolvidos foram coletados para testes de DNA dos natimortos

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 19/07/2018 15:51
Fabrícia da Silva e Francisco Faustino descobriram que o corpo do filho havia sido trocado em 28 de junho
Após 22 dias da troca de bebês no Hospital Regional do Paranoá (HRP), o corpo do filho de Fabricia da Silva, 29 anos, e Francisco Faustino, 39, foi exumado do Cemitério de Planaltina. Agora, a Polícia Civil vai realizar os testes de parentesco.

O processo de exumação estava marcado para as 9h desta quinta-feira (19/7), mas o trabalho começou por volta das 9h40. A retirada do corpo foi a parte mais rápida, finalizada às 10h. Todo procedimento acabou por volta das 11h.

Francisco, acompanhou a exumação. Com a possibilidade de a família do casal poder enterrar a criança, que ganhou o nome de Davi Lucas, uma nova esperança surge. "Após um processo tão lento, acredito que estamos perto de podermos enterrar o meu filho. Será o fim de um ciclo doloroso", afirma Fabricia.

Identificação genética

Com a exumação do natimorto, agentes da Polícia Civil iniciaram a coleta do material genético para os exames de DNA, de acordo com o diretor do Instituto de Pesquisa de DNA Forense, o perito médico legista e geneticista forense Samuel Ferreira.

"Até o começo da tarde, identificamos as partes mais preservadas do natimorto para a extração do material genético. É importante ser uma área mais preservada, para que a identificação do parentesco não demore tanto", explica. Com as amostras, será extraído o DNA da criança e comparado com o material dos dois casais, que já foram colhidos.

"Estou em contato com o hospital (Regional do Paranoá) para a entrega do segundo natimorto. Faremos os comparativos com o DNA dos dois corpos, para evitar que as famílias tenham o sofrimento prolongado, com novos erros", finaliza Samuel Ferreira.

Troca de corpos de bebês

Em 22 de junho, Fabrícia compareceu ao Hospital Regional do Paranoá (HRP) em trabalho de parto. No entanto, quando chegou à unidade de saúde, foi informada de que o bebê estava morto. Ela passou por uma cesariana, mas, quando o pai da criança voltou ao hospital com o objetivo de recolher o corpo para o enterro, percebeu que se tratava de outra criança. O filho deles, batizado de Davi Lucas, já havia sido enterrado.

À época, a Secretaria de Saúde confirmou o erro e garantiu que tomaria todas as providências para que as famílias enterrasem seus filhos, além de prestar apoio psicológico a ambas. Agora, os familiares vão aguardar o exame de parantesco para realizar o sepultamento. O corpo da outra criança permenceu no HRP.

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