Cidades

Agente e policial militar são condenados por extorsão qualificada

Os dois envolvidos ameaçavam deter vítimas com mandados de prisão em aberto caso não pagassem os policiais

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 19/07/2018 20:30
Fachada TJDFT
A 1; Vara Criminal de Samambaia condenou o policial civil Marcelo da Costa Souza e o policial militar reformado Jorge Alves dos Santos pela prática de extorsão qualificada. Os réus são suspeitos de integrarem uma associação criminosa para a prática dos crimes. As vítimas são pessoas com mandados de prisão em aberto.

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), indica que, entre 5 e 6 de julho de 2017, os acusados detiveram duas vítimas no estacionamento da Feira Permanente de Samambaia e ameaçaram cumprirem mandados de prisão caso elas não pagassem R$ 30 mil.

Ainda de acordo com o MPDFT, os policiais afirmaram que os mandados estariam "em aberto" e que realizariam prisão em flagrante pelo uso de documentos falsos. O uso de arma de fogo por parte dos réus é outro agravante da denúncia.

Marcelo foi condenado a 29 anos e 7 meses de prisão em regime inicial fechado, além de 128 dias-multa. No âmbito administrativo, ele perdeu o cargo de agente. Já Jorge vai cumprir 22 anos, 10 meses e 12 dias de reclusão em regime inicial fechado, além de 84 dias-multa.

Os envolvidos já estavam presos desde 29 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Joio. As preventivas foram mantidas. À época, além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do policial Marcelo e na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), onde o agente da Polícia Civil trabalha.
Procurada pelo Correio, a PCDF disse ter conhecimento da condenação do servidor, mas que não irá se manifestar sobre a decisão judicial. A justificativa é que o crime já é objeto de análise na esfera administrativa-disciplinar. "Esclarecemos que as investigações que culminaram com a prisão temporária dele, em novembro do ano passado, acusado por crime de extorsão, foram conduzidas pela própria Corregedoria da Polícia Civil", informou em nota.
Já a Polícia Militar afirmou, em nota, que "repudia toda e qualquer ação criminosa praticada por integrantes das forças policiais". Reforçou, ainda, que o militar não trabalhava mais nas ruas, já que se encontra na reserva.

No Ministério Público, a Operação foi batizada como Orcus. Na mitologia romana, era o deus do submundo, punidor daqueles que quebravam juramentos. As investigações, feitas pela Corregedoria em conjunto com o Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do Ministério Público do DF, seguem em sigilo.

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