Cidades

Protagonismo, empoderamento e força feminina na voz de Lídia Dallet

A cantora é um nome promissor da cultura HipHop do Distrito Federal

Suzanny Costa*
postado em 20/07/2018 18:44

Lídia Dallet

Mulher, rapper, cantora, compositora, regente popular, produtora e diretora musical, essa é Lídia Dallet, uma grande promessa no cenário musical brasiliense. Filha de pais ;músicos autodidatas;, como ela mesma define, teve sua primeira relação com a música dentro de casa. Sua mãe adorava soltar a voz enquanto cuidava do lar. Seu pai a ajudava na faxina, sempre ouvindo uma boa música. Enquanto Dallet afirma que deveria estar tirando a poeira dos móveis, contudo, ficava no quarto brincando de regência com os perfumes. ;Foi o coral mais cheiroso que já regi;, brinca.

[SAIBAMAIS]Criada em Ceilândia, Lídia canta desde os 4 anos de idade. Iniciou sua carreira musical profissionalmente em 2013, como backing vocal, participando de gravações de grandes nomes como o cantor e compositor de MPB Beto Dourah, que também reuniu artistas como Jorge Vercilo, Dani Lemos, Ocelo Mendonça, entre outros.

No mesmo ano, a ceilandense produziu seu primeiro single, intitulado ;Diário;. ;Assumi o meu protagonismo e tudo mais que faz de mim a artista que sou hoje. Foi quando comecei a gestar o álbum - de mesmo nome do single - no meu coração e na minha mente;, explica.

A escolha pelo rap vem da identificação com a ancestralidade e a territorialidade. A linguagem e dialetos próprios da cultura, tem uma forte identidade para a rapper. Posteriormente, a liberdade poética e a liberdade na expressão que o estilo proporciona, foram essenciais para ganhar o coração da cantora. ;A poesia do rap é direta, expressiva, forte, real, sem cera. É uma batida e um microfone convidando: ;Ei! Vc precisa dizer algo? Venha aqui e diga!’ O rap é uma das criações mais esplêndidas na música;, exalta Lídia, que já fez participações em trabalhos de grandes nomes como Japão Viela 17, X Câmbio Negro, Dj Jamaika, entre outros artistas da categoria.

A cantora define seu gênero musical como ;Ceilândia Latin Jazz;, uma junção de rap, brasilidade e influência da música negra, mpb e R. Prestes a lançar seu primeiro álbum solo ;Diário;, a cantora afirma que toda a construção da identidade musical, conceito de arranjos, letras, sonoridades e direção musical foram construídos por ela própria. A produção musical deste trabalho também é assinado por Lídia, junto com o DJ Raffa Santoro. O processo de produção em conjunto, se deu em 4 etapas. A pesquisa de beats, referências e sonoridades de todas as faixas, junto com a montagem das batidas feitas pelo DJ Raffa. A construção de harmonias, criação de arranjos e gravação com a banda no estúdio. A gravação da voz principal e backing vocals. E para a finalização, a escuta analítica, correção de arranjos vocais e instrumentais. Raffa é o responsável também pelas edições, correções, mixagem, masterização e fechamento.

O título do disco vem do fato das músicas serem como uma carta de diário escrito no futuro para as pessoas do passado. ;Algumas músicas escrevi de uma vez só, outras, como iniciei as pesquisas em 2013, escrevi uma parte em um ano, e finalizei um ano depois, para passar justamente essa ideia do sentimento presente, passado e futuro;, conta a artista.

A inspiração para compor vem do cotidiano, junto a proposta de falar de uma forma bem pessoal e introspectiva sobre as suas próprias experiências. Na mensagem do disco, Lídia quer mostrar a dor e o prazer dos seus próprios processos pessoais. ;Falo de dor, guerras, frustrações, resistências, esperanças e o amor como um elemento transformador na sociedade;, relata.

Para o futuro, Lídia Dallet pretende gravar um DVD, tocar em festivais e, principalmente, ver uma cultura HipHop mais feminina, forte, unida e empreendedora. O lançamento do CD ;Diário; está previsto para o final do mês e logo na primeira semana de agosto, o álbum completo estará disponível nas principais plataformas digitais.

Serviços:

Facebook: @lidia.dallet

Instagram: @lidiadalletoficial

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*Estagiária sob supervisão de Leonardo Meirelles

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