Cidades

Crianças e adolescentes de ONG da Estrutural visitam Embaixada de Gana

O evento "Vamos Passar uma Tarde em Gana" busca promover a cultura africana e inclui atividades que visam empoderar crianças e adolescentes afrodescendentes

Amanda Ferreira - Especial para o Correio
postado em 22/07/2018 15:00
Homens negros e criança tocam instrumento de percussão

Música e estampas coloriram a residência oficial da Embaixada de Gana no último domingo (22/7). No início da tarde, o local recebeu 40 crianças e adolescentes, em uma parceria com a ONG Coletivo da Cidade, da Estrutural. O evento é uma iniciativa da própria Embaixadora de Gana no Brasil, Abena Busia, que assumiu o cargo há seis meses e acolheu com muita expectativa e alegria os presentes.

Segundo ela, essa é apenas a primeira das muitas ações que a Embaixada promoverá para comunidades afrodescendentes vulneráveis. ;Minha paixão é cultivar amizades e, como embaixadora, poder vir para um país que acolhe com tanto carinho a cultura africana é uma grande oportunidade.;

O evento ;Vamos Passar uma Tarde em Gana; destacou os cidadãos, a cultura e a diáspora africana. A programação incluiu atividades que visavam o empoderamento contra o preconceito e a interatividade com os demais convidados. Quem passou pelo local pode apreciar a cultura local com gastronomia tradicional, jogos e oficinas tradicionais de dança, arte do turbante e da estamparia dos tecidos africanos e tantas outras atividades que deixaram as crianças ocupadas durante toda a tarde. Além disso, foram exibidos dois filmes: Tabom in Bahia, de Nilton Pereira e Juan Diego Diaz, e Olhares Cruzados, projeto da equipe Imagem da Vida, coordenado por Dirce Carrion.

;Queremos contribuir para que essas crianças e adolescentes tenham uma referência positiva da vida africana, para ajudá-los a transformar os lugares onde vivem e a conquistar seus sonhos no futuro;, explicou a embaixadora.

Para a pedagoga e coordenadora pedagógica da ONG, Fátima Lopes, o sentimento é de representatividade. ;As crianças se veem em outro espaço. Esbarramos muito no preconceito institucional e estar em um lugar onde elas podem se orgulhar e ver isso como algo belo é gratificante;, revela. No projeto, ela garante que, a partir de agora, todas as pinturas serão baseadas nos desenhos africanos.

Desenhos esses que estavam em quase todos os pequenos rostos por ali. As amigas Beatriz da Silva, 10 anos, e Williane Marinho, 8, aproveitavam a tarde para brincar no parquinho. O orgulho pelo rosto pintado era claro. ;Quero morar aqui;, afirmou Beatriz. ;Já brincamos muito e conhecemos várias coisas. Está sendo muito legal;, completou a outra, já pensando nos planos para o resto do dia.

Tainá Paulino, 12, foi conquistada pelo estômago ; a menina estava encantada com as cores e sabores das comidas oferecidas. ;Eu me sinto representada quando vejo culturas assim. Conhecer pessoas, sons e principalmente a comida tem sido muito legal;, garantiu.

O evento ocorreu das 12h às 18h e reuniu não só as crianças da ONG, mas também filhos de outros embaixadores convidados, que brincavam em união. E os projetos não param por aí: de acordo com a embaixadora, o momento mais esperado é o Natal, que reunirá músicos de Gana com ensinamentos e cultura da data. ;São tantos planos. Mas me sinto muito grata e realizada com esse começo.

Coletivo da Cidade


A ONG Coletivo da Cidade, localizada na Cidade Estrutural, é uma organização formada por moradores do local, assistentes sociais, estudantes da UnB, educadores e voluntários. Ela atende 200 crianças e adolescentes vulneráveis, de 6 a 17 anos, no contraturno escolar. Oferece atividades educativas e artísticas, além de apoio psicossocial, com o objetivo de proteger e promover o desenvolvimento integral desses alunos.

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