Cidades

Polícia vai investigar morte de jovem que pulou de ponte no Lago Paranoá

O jovem morreu no domingo, após pular da Ponte Honestino Guimarães, no Lago Paranoá, com outras duas pessoas.O sepultamento está previsto para hoje, em Novo Hamburgo (RS), cidade natal do rapaz

Jéssica Eufrásio*, Augusto Fernandes
postado em 24/07/2018 06:00
O estudante gaúcho Giovanni  Maurício  de Souza  passava férias em BrasíliaA 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) abrirá inquérito para apurar as circunstâncias que levaram à morte do estudante Giovanni Maurício de Souza, 23 anos. O jovem morreu no domingo, após pular da Ponte Honestino Guimarães, no Lago Paranoá, com outras duas pessoas. A Polícia Civil informou que intimará testemunhas e pessoas próximas a ele para levantar mais detalhes sobre o caso. O Instituto de Medicina Legal (IML) informou que o corpo da vítima foi liberado na tarde de ontem. O sepultamento está previsto para hoje, em Novo Hamburgo (RS), cidade natal do rapaz. Embora o instituto tenha realizado os exames periciais para descobrir a causa da morte, a Polícia Civil não tem previsão de quando divulgará o laudo.

No momento do salto, Giovanni estava acompanhado de um rapaz e de uma garota, ambos de 23 anos, que teria conhecido em um grupo do Facebook. Depois de pularem, os dois colegas voltaram para a superfície. A vítima, no entanto, teria desmaiado, e os amigos não conseguiram puxá-lo de volta. Eles pediram ajuda a um grupo que estava à margem do lago. As testemunhas acionaram uma equipe do Corpo de Bombeiros que estava nas proximidades. Os militares retiraram o estudante da água em menos de dois minutos e tentaram reanimá-lo por quase uma hora, mas ele não resistiu.

O estudante gaúcho era adepto de atividades radicais. Nos perfis da internet, há fotos de Giovanni pilotando um quadriciclo e saltando de tirolesa, bungee jumping e paraquedas. Ele morava com a mulher, Regina Souza, 22, em Pelotas, e estava de férias em Brasília para visitar uma amiga. O jovem trabalhou três anos em uma empresa de produção de áudios e vídeos publicitários do município gaúcho e deixou o emprego havia 11 dias, após receber uma proposta de emprego no Canadá. De Brasília, o jovem encontraria a companheira no Recife, onde ela estava com a família.

Os dois começaram a namorar em julho de 2017 e se casaram em dezembro. Ontem, Regina usou o perfil no Facebook para homenagear o marido. ;Meu coração foi embora junto com você ontem (domingo). Tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo que não sei como estou suportando tudo. (...) O único resto de força que tenho é saber que você se foi com a certeza que eu te amava, a certeza de que você era tudo para mim! (...) Você foi a melhor parte de mim e sempre será! Você é a melhor pessoa que qualquer um poderia conhecer!”, publicou.

A mãe do jovem, Marlene Souza, também se manifestou pela rede social. Ela colocou uma imagem com o filho na foto de perfil e publicou um texto lamentando a perda. ;Sei que nada suprirá seu sorriso, sua simpatia, sua gentileza, o respeito aos pais. O que farei agora?; O caso de Giovanni aconteceu um ano após Fábio Alves, 24, morrer afogado ao saltar do mesmo local com um grupo de oito amigos.

Esportes radicais

Mesmo após a morte de duas pessoas da mesma forma no intervalo de um ano, a prática de esportes radicais em áreas públicas e sem proteção continua sem monitoramento no Distrito Federal. Em fevereiro, o Correio denunciou a ação de jovens que pulavam de locais como as pontes JK e Honestino Guimarães e subiam no Estádio Nacional Mané Garrincha sem equipamentos de segurança ou acompanhamento de equipe técnica. À época, a reportagem apurou que as atividades radicais em espaços públicos, além de proibidas, devem ser tratadas como contravenções penais.

Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social alegou que, como a prática não se trata de um crime, não há monitoramento. O Corpo de Bombeiros admitiu que não faz supervisão ostensiva. ;Se algum bombeiro vir, ele adverte, manda a pessoa descer e não permite que pule. No entanto, se não conseguimos ver na hora, as pessoas saltam. Nós até observamos, mas, diante de um descuido, isso (o salto) pode acontecer;, comentou o porta-voz da corporação, major Gildomar Alves. A Polícia Militar comunicou que não faz fiscalizações específicas nesses locais. ;O que há é o patrulhamento normal e, em caso de suspeita ou acionamento, as equipes fazem a abordagem;, informou a corporação, em nota.

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