Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 24/07/2018 20:22
Após a polêmica envolvendo uma pintura feita por crianças no cavalo Thor, de 14 anos, na Colônia de Férias da Sociedade Hípica de Brasília, o Conselho Federal de Medicina Veterinária esteve no local para fiscalizar o exercício profissional dos funcionários, na tarde desta terça-feira (24/7).
Nenhuma atividade foi considerada irregular e não encontraram indícios de maus-tratos. No domingo (22/7), fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também fizeram uma visitação e não identificaram uma situação de maus-tratos.
Segundo o presidente da Câmara Técnica de Bem Estar Animal e conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Jorge Caetano Júnior, a avaliação na Hípica não foi concluída. "Diferentemente dos outros órgãos, viemos para avaliar a situação administrativa e o exercício dos veterinários. O trabalho ainda será concluído mas, a princípio, não houve sinais de maus-tratos ou qualquer coisa que comprometa o bem-estar desses animais", afirma.
"A tinta vista no cavalo é a mesma usadas pelas crianças, que o pintaram com as mãos. Não temos nenhuma condição de supor que essa tinta faria mal aos animais", finaliza Jorge Caetano.
Os fiscais fizeram vistoria nas cocheiras dos cavalos, viram os animais ; incluindo o Thor ; e foram até a clínica veterinária interna da Sociedade Hípica de Brasília.
De acordo com o responsável pela colônia de férias, José Cabral, a pintura no cavalo é uma atividade lúdica, para que as crianças não tenham medo de entrar em contato com um animal de grande porte. Há quatro anos, a colônia funciona na Sociedade Hípica e a primeira pintura animal faria parte do programa.
"Nós temos o respaldo pedagógico para todas as atividades realizadas, sendo que a pintura é um dos momentos mais queridos pelas crianças. Mas é claro que a tinta não era tóxica, isso por um cuidado que é nossa obrigação, tanto com os alunos, quanto com o próprio cavalo", salienta.
No dia a dia, os cavalos recebem ração pela manhã, em escalas, participam das aulas matutinas e, posteriormente, ficam soltos no piquete até as 12h. Ao voltarem para as cocheiras, os animais se alimentam de feno ; mistura de plantas ceifadas e secas. Pelas tardes, os cavalos vão para os treinos dos alunos e, à noite, comem ração. Cada animal trabalha diariamente por cerca de 45 minutos.
Para manter a saúde dos bichos, um veterinário fica diariamente na clínica da sociedade. Semestralmente, os animais são vacinados. De 90 em 90 dias, tomam remédio contra vermes. "Mas qualquer necessidade que os cavalos tenham, recebem o atendimento profissional, para evitar qualquer complicação", ressalta José.
Até esta sexta-feira (27/7), os responsáveis pela colônia vão entregar as documentações das atividades para avaliação do Ibama.