Cidades

PSB lança primeira candidata transexual à Câmara dos Deputados pelo DF

Durante convenção partidária, Rollemberg destacou a importância da candidatura de Paula Benett, que concorre ao cargo de deputada federal

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 29/07/2018 20:45
Paula fez pré-campanha na rota das Paradas do Orgulho LGBT do DF Durante convenção partidária no sábado (28/7), o Partido Socialista Brasileiro (PSB) lançou a candidatura da primeira mulher transexual a uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal. A assistente social Paula Benett, 38 anos, recebeu saudação do candidato à reeleição pela legenda, Rodrigo Rollemberg.

O chefe do Buriti destacou a importância da candidatura. "Mostra que o nosso partido é moderno e respeita as pessoas como elas são, que defendemos políticas públicas que garantam que as pessoas possam ser livres e exercer suas liberdades", afirmou, em discurso.

[SAIBAMAIS]Paula nasceu em Miraí (MG) e mora no DF há 20 anos. Atuou como secretária do segmento LGBT no PSB, representante da RedeTrans no DF e conselheira do Conselho da Mulher do DF. Mesmo levantando a bandeira do movimento LGBT, a candidata garante que, se eleita, trabalhará para todos. Entre as pautas dela está erradicação das desigualdades sociais e luta contra a corrupção, a LGBTfobia, o machismo e o racismo.

Sobre o título de primeira transexual candidata a deputada federal, Paula conta que, em toda a carreira, atuou como pioneira. "Eu sempre fui a primeira funcionária transexual nas empresas privadas em que trabalhei. Aprendemos que, para transexuais e travestis, só há dois nichos: o ramo da beleza ou da prostituição. Ambas as posições devem ser respeitadas, mas isso quando for uma escolha da pessoa, não uma imposição da sociedade", ressaltou Paula.

A assistente social conta que, no PSB, foi uma desbravadora, atuou como palestrante sobre assuntos LGBT no partido e em diversos espaços que ocupou ou palestrou fora dele, o que ela acredita que a preparou para a candidatura em um momento político com muitos nomes ligados ao conservadorismo.

"Sei conversar com pessoas de uma forma didática, explicando o que eu e o grupo do que faço parte somos. E, após isso, até os mais conservadores me tratam de uma forma muito carinhosa", contou. "É essa a importância de ter convivência com pessoas trans e LGBTs, tanto na vida quanto na política. O preconceito é um pré-conceito de uma coisa que não se conhece", completa.

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