postado em 01/08/2018 14:35
Principal articulador do grupo político que apoia a candidatura do deputado federal Rogério Rosso (PSD) ao governo do DF, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou, nesta quarta-feira (1;/8), que demorou a chegar a um nome porque o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), não quis concorrer. "Joe Valle era o meu candidato desde o começo", disse Cristovam em entrevista ao programa CB.Poder, do Correio Braziliense e da TV Brasília (assista à entrevista abaixo).
O senador disse que com a recusa de Valle, iniciou conversas em busca do nome ideal. Disse que o encontro com o ex-secretário da Saúde Jofran Frejat foi apenas uma conversa que nunca teve possibilidade de prosperar. Mais tarde, lembrou, chegou a anunciar apoio a Izalci Lucas (PSDB), mas que não houve como manter o apoio ao nome do tucano. "Izalci não aglutinava os partidos", justificou.
Com Rosso, foi diferente, contou Cristovam. "O Rosso imediatamente começou a aglutinar e elaborou um programa de governo que vai agradar a população do Distrito Federal, porque aborda que medidas tomar para não haver mais corrupção", concluiu.
Trauma da greve dos professores
Questionado sobre por que não foi ele mesmo o candidato, disse que não é mais seu momento, apesar de acreditar que tenha sido um bom governador. Negou que o motivo de não tentar novamente o comando ao Buriti seja algum trauma que tenha ficado da derrota que sofreu de Joaquim Roriz em 1998, quando tentou a reeleição.
Admitiu, no entanto, que a greve dos professores realizada naquele ano ; e que fez com que ele perdesse votos ; o marcou. "A greve dos professores me traumatizou, porque sou o governador da educação, sou visto como senador dos professores", disse.
Disputa pelo Planalto e "traição"
Em relação aos apoios para a disputa nacional, a despeito de o PPS estar próximo de acertar uma aliança com Geraldo Alckmin (PSDB), Cristovam revelou uma predileção por Marina Silva (Rede). "Eu acho que a gente ainda vai ter que ver como fica o meu apoio para presidente da República. Eu tenho uma simpatia por Marina, votei em Marina na última eleição e gostaria que meu partido apoiasse Marina. Claro que tem que ter uma lealdade dos apoios", afirmou.
O senador também disse se sentir incomodado com parte do eleitorado ideologicamente alinhada à esquerda que lhe chama de traidor por ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a favor de projetos propostos pelo governo de Michel Temer, como a PEC do teto de gastos e a reforma trabalhista. "Claro que eu me incomodo. Quem é que não vai se incomodar? Agora, se é traição, eu traí um partido que traiu o Brasil. Dizem que traidor que traiu traidor tem cem anos de perdão. Eu não me considero traidor da minha consciência", disparou.
Confira a entrevista na íntegra:
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