Cidades

Hípica de Brasília é advertida por 'abuso' a cavalo pintado por crianças

A avaliação técnica do Ibama descartou maus-tratos sofridos pelo animal

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 03/08/2018 18:30
Cavalo pintado em hípica
A atividade da colônia de férias da Hípica de Brasília, em que crianças pintaram um cavalo com tinta utilizando as mãos, foi considerada abusiva pelo parecer técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Rercusos Naturais Renováveis (Ibama). A avaliação não apontou, no entanto, indícios de maus-tratos ao animal.
Após a foto do cavalo pintado viralizar e virar motivo de debate na internet, a diretoria do espaço divulgou um vídeo mostrando o momento em que crianças fazem desenhos usando um cavalo branco como tela. De acordo com o responsável, José Cabral, a foto foi divulgada "fora de contexto", motivo pelo qual resolveu mostrar as imagens da atividade.

Para a investigação, o Ibama solicitou aos responsáveis pela hípica a apresentação das imagens e vídeos das atividades, além do projeto pedagógico, do laudo das condições dos dois cavalos que participaram da interação com as crianças e das especificações das tintas utilizadas.

A direção forneceu o vídeo editado além do material bruto das gravações. Segundo o parecer, as imagens comprovam que os animais estavam calmos e não há indícios de incômodo. As avaliações dos cavalos pela equipe veterinária também mostravam boas condições de saúde. Foi comprovado que a tinta, a guache, era atóxica ao animal e ao humano.

O Ibama constatou, por outro lado, que o projeto pedagógico não foi "desenvolvido e formalizado antes da realização da atividade". O projeto foi feito por escrito apenas após a solicitação dos órgãos fiscalizadores. Mesmo assim, de acordo com o laudo, depois de apresentado, "não trouxe elementos suficientes para respaldar a atividade e a aproximação com o animal poderia ter sido realizada por meio de diversas outras atividades". O parecer levou em conta, ainda, a percepção negativa por parte da sociedade para considerar a atividade abusiva.

A punição aplicada à hípica foi apenas a advertência e a proibição da prática ser realizada novamente. Como não havia antecedentes, a instituição não recebeu multa. À época da repercussão do caso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária também esteve no local para fiscalizar o exercício profissional dos funcionários e não considerou a atividade irregular nem encontrou indícios de maus-tratos.
A Escola de Equitação da Sociedade Hípica de Brasília informou que recebeu a advertência do Ibama. "Reafirmamos o nosso compromisso de cuidado com todos os nossos animais, assim como nosso repúdio a qualquer indício de maus-tratos, e nos comprometemos a tomar todas as atitudes necessárias para que a lei seja cumprida e que o bem-estar dos animais seja preservado", afirmaram, em nota.
A hípica tem 20 dias para entregar as demais documentações exigidas na conclusão preliminar do Ibama.

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