Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 03/08/2018 20:10
Quase um ano depois de atear fogo à própria esposa, homem vai ser levado ao Tribunal do Júri da Circunscrição Judiciária do Riacho Fundo. Leonardo Gonçalves Borges é acusado de praticar tentativa de homicídio quadruplamente qualificado. Ainda cabe recurso da decisão.
O crime aconteceu em 3 de setembro de 2017. Segundo a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), após uma discussão entre o casal, Leonardo se descontrolou, jogou álcool contra a própria esposa, a empurrou no fogão e acendeu as chamas. Ele estaria sob efeito de drogas e álcool. A vítima gritou por socorro e tentou apagar o fogo no chuveiro, enquanto os vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros. O acusado fugiu do local sem prestar auxílio.
A mulher teve mais de 40% do corpo queimado e ficou internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O casal mora no Riacho Fundo 2. Além da tentativa de feminicídio contra a mulher, o acusado tem duas ocorrências de violência doméstica, uma de 2013 e outra de 2015. Todas têm a companheira como vítima. O filho dela, de 12 anos, vive na mesma casa onde ocorreu o delito mais grave. No momento, a criança está com os familiares da mãe.
O MPDFT alega que o acusado tentou matar a mulher de 38 anos por ;nutrir sentimento de posse; por ela. Pelas investigações da Polícia Civil sobre o caso, a promotoria entende que o homem ateou fogo na vítima por ;por razões das condições do sexo feminino;, suficiente para qualificar o crime como tentativa de feminicídio. O uso de fogo, sem possibilidade de defesa da vítima é outro agravante levantado na denúncia.
Leonardo acabou sendo preso após se apresentar à 29; Delegacia de Polícia (Riacho Fundo) e confessar o crime. Na audiência de custódia que definiu a preventiva, o juiz considerou ser necessária a medida pelo fato do acusado ter "passagens por delitos anteriores em contexto de violência doméstica, tais como injúria, ameaça e lesão corporal". Caso o Tribunal do Júri o condene, o acusado pode pegar até 30 anos de prisão.