Cidades

Relatório com propostas para melhorar vida no DF é entregue a candidatos

Integrantes do Codese preparam relatório destinado aos candidatos: saúde, educação, segurança e emprego estão no topo da lista das demandas

Isa Stacciarini
postado em 05/08/2018 08:00
Cidadãos e empresários discutiram ideias, que serão apresentadas a políticos

A dois meses das eleições para escolha dos novos representantes políticos do Distrito Federal, diversos setores da sociedade se mobilizaram para entregar aos candidatos as demandas consideradas importantes para o desenvolvimento sustentável de Brasília. As sugestões partiram da sociedade civil organizada, de empresários e de acadêmicos. Eles elaboraram uma radiografia de áreas do DF e do Entorno, como cultura, educação, saúde, inovação, segurança pública e esporte, entre outros. Os pedidos vão desde investimento em saúde básica, melhoria na educação infantil e mudanças na áreas de segurança até propostas voltadas para o mercado de produção.

O resultado desse estudo é um relatório que ganhou o nome de O DF que a gente quer, encabeçado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese). A ideia é que o governador eleito para os próximos quatro anos invista em uma administração voltada para a melhoria de vida da população, mas não só como política de governo, e sim de Estado.

Presidente do Codese-DF e da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Paulo Muniz ressalta que os técnicos envolvidos no estudo estiveram em cidades como Samambaia, Gama, Ceilândia e Taguatinga com a intenção de ouvir as demandas da população. ;De forma geral, vimos uma preocupação das pessoas com as áreas da saúde, educação, segurança e uma atenção ao setor empresarial para a geração de emprego;, explica.

Paulo Muniz considera que uma das necessidades é criar um ambiente de negócio em Brasília que seja equilibrado, com segurança jurídica, para permitir investimentos de empresários e, consequentemente, abertura de postos de trabalho. ;Nós, do setor produtivo, somos grandes incentivadores para buscar essas conquistas de um ambiente de negócio que gera emprego, renda e estabilidade. Um dos pontos que está sendo colocado é uma política tributária competitiva;, explica Muniz.

Ontem, os técnicos envolvidos no projeto apresentaram as sugestões de mudança em cada área durante um fórum de discussão no auditório do Museu Nacional de Brasília. Temas como tecnologia, meio ambiente, saúde, educação, segurança e cultura, foram separados em 18 câmaras técnicas. A proposta é que os candidatos que concordarem com as sugestões assinem um documento em cartório.

Diretor de inovação e desenvolvimento tecnológico da Fibra, Graciomário Queiroz ficou com a presidência da Câmara Técnica da Indústria. Na visão dele, dois temas são primordiais: a atualização da Lei Tributária de 1996, referente ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço) e a criação de uma agência de desenvolvimento que integre serviços principais de interesse do empresário. ;É o que existe em São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco. Em 48 horas, o empresário sabe se investe ou não naquela cidade, porque consegue obter as informações que precisa em um único lugar;, ressalta.

Projetos

No painel de discussão sobre saúde, a mediadora foi a jornalista, colunista e editora do Correio, Dad Squarisi. Na visão dela, a área sofre com recursos escassos. ;A saúde é cara, sofisticada e, mesmo assim, com recursos escassos. A população migra porque não pode pagar um plano de saúde;, observa. Para tentar melhorar o setor, o presidente da câmara técnica, Alexandre Bittencourt, sugeriu projetos a médio e longo prazo. Na visão dele, os investimentos começam com infraestrutura adequada. ;Não adianta construir e inaugurar. É necessário construir e manter. Precisamos de um serviço qualificado para manter o profissional de saúde motivado e investir em uma infraestrutura com banco de dados atualizado para ter conhecimento sobre a saúde da população;, observa.

Com as informações reunidas em um ambiente de rede, Alexandre sugere investir em saúde primária, como prevenção. Isso ajudaria a diminuir a superlotação na rede pública. ;Com ferramenta tecnológica e otimização do trabalho, podemos fazer com que a saúde funcione de forma eficiente. Não queremos privatizar os hospitais, mas uma instituição pode ser usada de forma complementar para atingir a parte ambulatorial e reduzir filas, por exemplo;, opina.

Na Câmara de Segurança Pública, o delegado aposentado Itamar Guimarães propõe a reabertura de delegacias fechadas para plantão noturno por falta de efetivo, retorno da dupla Cosme e Damião, além de abrir oportunidade para que universitários possam estagiar recebendo o público em algumas unidades de polícia. Isso liberararia o policial civil para exercer atividade de investigação.

;Com essas medidas, a sensação de segurança aumenta, porque a presença da PM inibe a ação de delinquentes. A liberação dos policiais para atividade fim resulta em mais respostas para investigação e a reabertura de delegacias faz com que os moradores não precisem mais se deslocar para outros locais só para registrar ocorrência;, observa.

No caminho da educação, a proposta da presidente da câmara técnica e reitora do Iesb, Eda Machado, é oferecer creche a todas as crianças, investir na educação fundamental e média e reforçar o ensino profissionalizante. ;Essas metas causariam uma mudança grande. Investir na educação da criança nos primeiros cinco anos e meio ajuda no desenvolvimento do país;, reforça.

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