Erika Manhatys*
postado em 06/08/2018 16:55
O jovem Jelder Eric de Sousa Lourenço, 25 anos, está desaparecido desde a noite de sábado (4/8), quando saiu de casa e deixou de fazer contato com amigos e familiares. Na manhã desta segunda-feira (6/8), o amigo Guilherme Ricardo, 27, visitou o apartamento de Jelder, na 712 Norte. A carteira com todos os documentos e o celular estavam no imóvel. "Temos certeza de que o Jelder não foi para festa ou bar. Ele disse que queria ir a uma igreja no Entorno, mas nós conseguimos falar com os responsáveis do centro religioso, e ele não apareceu lá;, afirma Guilherme.
Segundo o amigo, Jelder iniciou um tratamento psiquiátrico em abril, quando sofreu uma crise no trabalho. "A primeira vez que ele teve um problema foi neste ano. Ele trabalhava no Senado e, de repente, sofreu uma perda de memória. Ele não sabia o que estava fazendo naquele lugar nem quem era ele. Só lembrava que era aluno da UnB, mas ele já tinha se formado nessa época", acreescenta.
Guilherme também disse que notou o colega alterado desde a última quarta-feira. "Ele estava muito ansioso, agitado e sem dormir direito. Eu estava preocupado, tentando cuidar dele, até que, no sábado de manhã, eu fui até a casa dele e fiquei aliviado, porque, naquele dia, ele estava muito mais tranquilo, fez todas as atividades da rotina normalmente".
A última pessoa a encontrar Jelder foi outro amigo. Thiago Mendes, 33, visitou-o em casa por volta das 20h de sábado. "Ele mandou uma mensagem pedindo para conversar comigo, e eu notei que ele tinha um discurso desconexo. Então, decidi ir até lá para ver se estava tudo bem. Chegando à casa dele, notei que ele estava diferente. Eu ofereci água para para ver se acalmava. Ele me dizia: ;o Thiago está com raiva de mim, preciso me desculpar;. Eu respondia que eu era o Thiago e que estava tudo bem. Dei a água e sugeri que ele se deitasse para descansar".
Segundo Thiago, o amigo aceitou o conselho, deitou-se na cama e perguntou se poderia descer e ir para o chão. "Ele disse que preferia deitar no chão e que tentaria dormir. Vi que ele havia se acalmado e fui embora para deixá-lo descansar. Assim que cheguei em casa, mandei uma mensagem perguntando se estava tudo bem e, a partir daí, ele não olhou mais o celular", lamenta.
Os amigos acreditam que Jelder tenha saído de casa logo após Thiago ir embora, por volta das 20h30 de sábado, horário em ele ficou incomunicável. Ele morava sozinho em Brasília. A família, do interior de São Paulo, está a caminho da cidade para cuidar do desaparecimento do jovem. Guilherme formou-se com Jelder na Universidade de Brasília (UnB) e, ambos trabalham juntos. "O meu amigo é muito tranquilo, mesmo quando tem alguma crise. Ele só demonstra muita ansiedade, mas nunca teve uma postura agressiva. Há duas semanas, ele deixou um cargo comissionado no Senado para assumir uma vaga de emprego. Nós temos contato diário, e ele é uma ótima pessoa, muito inteligente", conta.
Jelder saiu a pé da 712 Norte vestido com um calça de moletom cinza e camiseta. A 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte) investiga o caso. Segundo a Polícia Civil, ainda não informações sobre o paradeiro de Jelder, nem a respeito das operações de busca.
*Estagiária sob supervisão de Guilherme Goulart