Cidades

Secretaria de Saúde confirma primeiro caso de botulismo no DF em 2018

Caso da doença foi registrado em abril, mas não foi divulgado pela pasta por não representar risco de surto ou epidemia

Jéssica Eufrásio
postado em 06/08/2018 19:39

Sede da Secretaria de Saúde do DF

A Secretaria de Saúde confirmou, nesta segunda-feira (6/8), o primeiro caso de botulismo no Distrito Federal em 2018. Desde o início do ano, havia duas suspeitas, mas elas foram descartadas. Segundo informações da pasta, nenhuma das situações havia sido divulgada, pois não representavam risco de surto nem de epidemia. O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, não contagiosa, causada pela ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

Segundo informações da Secretaria de Saúde, a Vigilância Epidemiológica orientou a família do paciente, e a Vigilância Sanitária fiscalizou locais onde ele se alimentou. O caso foi registrado em abril, mas não há data exata de quando aconteceu a contaminação. O órgão não deu detalhes sobre sexo, idade ou há quantos dias a vítima está internada. De acordo com um levantamento histórico da pasta, o DF não tem casos registrados da doença desde 2012.

Ação no organismo


Segundo o professor de higiene e tecnologia dos alimentos do curso de nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB) Marcus Vinícius Cerqueira, a toxina causadora do botulismo é a mesma utilizada em tratamentos estéticos, como na aplicação de botox. No entanto, nesse tipo de procedimento, não há risco de contaminação pelo fato de a aplicação ser local e a quantidade de micro-organismos estar em menor concentração.

A bactéria produtora da toxina tende a se vincular aos alimentos pelo ar e pela poeira. Se não forem higienizados da maneira correta, vegetais, frutas, hortaliças e latas podem causar a contaminação. "Quando essa bactéria entra em contato com os alimentos, ela se expressa. As condições fazem com que ela se estresse e produza a toxina. Se ela tiver contato com músculos vitais, como o diafragma, por exemplo, há uma paralisia que pode levar o indivíduo à morte", alerta.

A contaminação também acontece por meio de feridas abertas, quando em contato com a bactéria ou com a toxina. "Casos desse tipo são mais comuns em áreas rurais. As feridas podem ser a forma de contato com a toxina, levando-a para outras regiões do corpo por via venosa, o que é bastante grave", ressalta o especialista.

Ele complementa dizendo que os sintomas variam entre cada indivíduo e que, geralmente, se manifestam por meio da paralisia de músculos. "Não há sintomatologia clara nem tratamento definido. O que se costuma fazer (no hospital) é diminuir o impacto (da toxina) nos órgãos e no indivíduo. Quando não afeta músculos vitais, ela é expelida gradualmente pelo processo metabólico da célula", explica Marcus.

Cuidados

O recomendado é evitar a ingestão de alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e no aspecto. Conservas caseiras e produtos industrializados que não ofereçam segurança devem ser fervidos ou cozidos por 15 minutos antes de serem consumidos. E é importante não conservar alimentos a uma temperatura acima de 15;C.

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