Cidades

PM que matou companheira era a favor da redução da maioridade penal

Nas redes sociais, Epaminondas Silva Santos tinha uma postura conservadora. Ele defendia ações policiais, criticava políticas de esquerda e se manifestava contrários a homossexuais e travestis

Isa Stacciarini
postado em 07/08/2018 14:42
Epaminondas se manifestava a favor da redução da maioridade penal O sargento da Polícia Militar Epaminondas Silva Santos, 51 anos, que assassinou a companheira Adriana Castro Rosa Santos, 40, tinha uma postura conservadora nas redes sociais. No Facebook, ele se identificava como apoiador da redução da maioridade penal e defendia ações policiais. Criticava políticas de esquerda, se manifestava contra homossexuais e travestis, publicava fotos relacionadas a objetificação feminina, como mulheres de biquíni, e demonstrava paixão pelo Flamengo.

O homem também postava fotos da mulher e dos filhos. O casal tinha dois meninos de 11 e 5 anos e uma menina de 8. Ao contrário do marido, Adriana publicou a última foto com o companheiro em outubro de 2016. Segundo familiares, eles estavam em processo de separação e a mulher tinha se mudado para a casa da mãe, no Riacho Fundo II, com os três filhos.

Também assídua nas redes sociais, Adriana compartilhava imagens dos filhos e de confraternizações com a família e amigos. No Facebook, postava clipes de músicas sertanejas, defendia o trabalho de polícia, compartilhava trechos bíblicos e em dezembro de 2016 se manifestou contra o aborto.

Em 14 de maio de 2017, ela desabafou: ;Chega um dia que a gente simplesmente muda. Os sentimentos acabam e o coração faz novas escolhas;. No mesmo dia, escreveu: ;Nada melhor que um dia após o outro. Um dia a mais, ou um dia a menos;.

O feminicídio ocorreu por volta das 10h desta terça-feira (7/8), dia em que se comemora os 12 anos da Lei Maria da Penha. Epaminondas chegou ao local em uma moto, chamou a vítima para conversar e atirou nela. Em seguida, se matou. Ele era lotado no 8; Batalhão da PM (Ceilândia).
Em nota, a PM informou que "lamenta imensamente o fato" e defende que "o trabalho diário dos policiais militares nas ruas do DF visa, entre outras coisas, evitar esse tipo de crime". Por fim, a corporação alegou que se solidariza com os familiares e que "está a disposição para auxiliar no que for necessário."

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação