Cidades

Suspeitos de desvios da Diocese de Formosa serão julgados nesta quinta

Em 19 de março, o Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou a Operação Caifás, que resultou na prisão do bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, cinco padres, um juiz eclesiástico e outros suspeitos ligados à Diocese de Formosa

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 08/08/2018 15:54
A suspeita é de mais de R$ 2 milhões tenham sido desviados dos cofres da Igreja Católica
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) começa a ouvir os réus acusados de desvios de dinheiro da Igreja Católica nesta quinta-feira (9/8). No total, 11 suspeitos, entre sacerdotes e pessoas vinculadas à Diocese de Formosa, serão escutados pelo júri. Em 19 de março, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou o bando por suposta participação no esquema criminoso que faturou mais de R$ 2 milhões dos cofres da Cúria da região. A audiência está prevista para começar às 8h30.
De acordo com o TJGO, a audiência servirá para o juiz instruir o processo, reunindo informações que contribuam para o convencimento do caso. Serão escutados Waldson José de Melo, Pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse; Guilherme Frederico Magallhães, secretário da Cúria de Formosa; Darcivan da Conceição Serracena, funcionário da Diocese de Formosa; Edmundo da Silva Borges Junior, advogado da Diocese de Formosa; Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, empresários apontados como laranjas do esquema; Tiago Wenceslau de Barros Barbosa Junior, juiz eclesiástico; Mario Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa; Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa; Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral; e José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa.

Durante a operação, batizada de Caifás, oito pessoas foram mantidas presas por quase 30 dias, mas conseguiram liberdade por conta de um habeas corpus impetrado pela defesa dos réus e concedido pelo TJGO. Entre os suspeitos, está o bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, cinco padres e outros acusados ligados à Igreja.

Segundo a acusação do MPGO, desde 2015, os sacerdotes adquiriram propriedades, joias e veículos. A suspeita é de que eles desviavam dinheiro arrecadados em casamentos, batizados e eventos realizados pela Igreja Católica. O caderno de contabilidade da Cúria também era alterado, para que os rombos nos cofres não fossem percebidos.

Os investigadores comprovaram a compra de uma fazenda de gado em Formosa, uma lotérica em Posse (GO), duas caminhonetes, joias e moedas estrangeiras. Os itens estão avaliados em, ao menos, R$ 1,4 milhão. Durante a execução dos mandados, os agentes apreenderam R$ 156 mil em espécie. Além disso, os promotores encontraram uma lista de veículos da Cúria, mostrando que os sacerdotes tinham 160 veículos registrados no nome da Igreja.

Bispo interventor

Por causa do escândalo, o papa Francisco ordenou a abertura de uma investigação por parte da Igreja Católica brasileira. O MPGO entregou uma cópia do inquérito à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A apuração da Santa Sé não tem prazo. No entanto, à época, admitiu o afastamento imediato e a expulsão, caso seja comprovada a culpa, de dom José Ronaldo Ribeiro.


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