Cidades

Propina garantia entrada de crianças em casas noturnas de Formosa

Funcionários da Vara da Infância e Juventude da cidade goiana foram presos suspeitos de receberem dinheiro para não fiscalizarem as casas noturnas. Os promoters eram forçados a contratar serviços de segurança dos acusados e pagar de R$ 1 mil a R$ 5 mil

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 09/08/2018 12:34

Policiais da cidade goiana a 70km de Brasília cumpriram mandados de prisão nesta quinta-feira (9/8)

Agentes da Polícia Civil de Formosa, cidade goiana a 70km de Brasília, prenderam quatro suspeitos de participar de esquema criminoso que cobrava propina para permitir a entrada de crianças e adolescentes em festas voltada para o público maior de 18 anos. Três dos acusados trabalhavam na Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), da Vara da Infância e Juventude, que é responsável por realizar a fiscalização dos eventos. A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (9/8).

De acordo com o delegado à frente do caso, José Antônio Machado Sena, o grupo ia até organizadores de festas e exigia que os promoters os contratassem para fazer a segurança dos eventos. ;Caso a proposta fosse recusada, os suspeitos faziam a fiscalização, de fato, e impediam a entrada de crianças e adolescentes nos locais;, explica.

Segundo o delegado, os supostos criminosos faturavam de R$ 1 mil a R$ 5 mil por festa. A suspeita é de que o esquema aconteça há ao menos quatro anos. As investigações começaram há 60 dias.

Os suspeitos eram nomeados pela Vara da Infância e Juventude para fiscalizar as festas e impedir a entrada de crianças e adolescentes. Um dos suspeitos é ex-agente de proteção. Os investigadores suspeitam de que eles usavam armas de fogo enquanto faziam a segurança dos eventos, mesmo não tendo porte.

Os acusados devem responder por concussão, uma modalidade de corrupção passiva e organização criminosa. O delegado ressalta que mais crimes podem ser descobertos, conforme progredirem as investigações. A soma dos crimes pode gerar pena de 15 anos de reclusão.

Os organizadores das festas também serão investigados, já que são suspeitos de permitir a entrada de crianças e adolescentes nas festas, no entanto, a contração pelo serviço de segurança não é passível de pena, segundo o delegado.

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