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Artista de rua argentina ganha a vida pendurada em árvore na W3 Norte

Três vezes por semana, Paula Basso faz acrobacias em tecido que amarra a uma árvore ao lado do sinal na 508/509 Norte

Silvana Sousa*
postado em 10/08/2018 17:40
Paula durante uma de suas apresentações: em busca de um recomeço
Uma cena inusitada tem chamado a atenção de pedestres e motoristas que costumam circular pela W3 Norte. A cada vez que o sinal entre as quadras 508 e 509 se fecha, Paula Basso, 23 anos, se pendura em um pano colorido amarrado a uma árvore e faz malabarismos a cerca de 4m de altura.

Para quem é pego de surpresa, a cena encanta e assusta ao mesmo tempo. "No começo, fiquei como medo de ela cair, mas depois vi que ela parece ter experiência", disse a estudante de educação física Fernanda Silva Chaves, que, nesta sexta-feira (10/8), passou pelo sinal. "Achei irada a idéia dela, de mostrar sua arte", completou a jovem.
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A ideia de expor suas habilidades circenses no local veio, em grande parte, da necessidade, conta Paula. Nascida em San Miguel del Tucumán, cidade no noroeste argentino, a artista chegou a Brasília há pouco mais de seis meses. Veio com um grupo de amigos, que voltaram para a Argentina, enquanto ela decidiu ficar, em busca de um recomeço e de uma vida melhor.

Morando em Taguatinga, com o namorado malabarista, percebeu que as apresentações na rua ajudariam a pagar as contas. "Temos que pagar aluguel, comprar comida...", enumera. Assim, Paula rodou a cidade até encontrar a árvore da 508 Norte, que tem um tronco forte o bastante para sua apresentação, que dura menos que um minuto para que ela possa ainda retirar o pano da rua e pedir contribuições aos motoristas antes de o sinal abrir.
A arte acompanha a jovem desde a adolescência. Além do malabarismo, ela também já trabalhou com animação de festas infantis e cursou teatro por alguns anos. A apresentação no tecido ocorre três vezes por semana. "Também faço arte em frente a shoppings;, conta.

Apoio e discriminação

O fato de ser argentina gera reações postivas e negativas. "Já me falaram coisas como ;Ah, você é argentina, então não vou dar grana pra você;. Mas algumas pessoas gostam de que eu seja estrangeira. Escutam meu sotaque e me perguntam de onde eu sou", diz.

Ela prefere guardar as reações acolhedoras, como a do cantor e compositor Joe Silhueta, outro que fez parte da plateia itinerante de Paula nesta sexta-feira. "Eu adorei. Ela é muito animada e faz ótimas estripulias. Tá lindo essa coisa surrealista no meio do sinal", entusiasmou-se o músico.
Artista de rua Paula Basso

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