O Distrito Federal vai sediar o projeto-piloto da pesquisa nacional de Vitimização sobre a Criminalidade no Campo. O estudo começa em duas semanas e vai coletar dados sobre ocorrências de violência na zona rural da capital e traçar um perfil sobre o ambiente em que ocorrem situações de insegurança no campo. A pesquisa chega às demais unidades da Federação em outubro. Serão visitadas 20 mil propriedades rurais do Brasil. O levantamento tem como objetivo traçar um completo diagnóstico sobre a criminalidade que atinge produtores e trabalhadores rurais de todo o país.
O diagnóstico vai ajudar na formulação de medidas para a prevenção e combate da criminalidade no campo, na inclusão do tema no Plano Nacional de Segurança Pública e no resgate da segurança e tranquilidade da população que trabalha e vive nas regiões rurais do Brasil.
[SAIBAMAIS]Dados da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social indicam que, somente no primeiro semestre deste ano, 41 casos de roubos e 356 furtos em propriedades rurais foram registrados no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, foram registrados 63 casos de roubos e 352 ocorrências de furtos na zona rural.
A Secretaria de Segurança não informa as localidades específicas das ocorrências no campo, mas reitera que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) possui unidades especializadas em policiamento rural, que atuam com o apoio do Batalhão Ambiental e do Batalhão de Aviação Operacional da PMDF. De acordo com o órgão, as ações de segurança são definidas com base em estudos e manchas criminais que apontam os pontos críticos onde os crimes mais ocorrem.
O projeto-piloto da pesquisa nacional de Vitimização sobre a Criminalidade no Campo vai abranger um conjunto de 200 propriedades rurais, envolvendo pequenos e grandes produtores e distribuídos pelo PAD/DF (Programa de Assentamento Dirigido do DF) e demais núcleos rurais da cidade. ;O piloto envolve uma amostra representativa dos estabelecimentos rurais do DF. Após a coleta das informações, serão feitos os ajustes para qualificar o questionário. Em seguida, começa a pesquisa ampla em todo o país;, explica o subsecretário de Gestão de Informações, Marcelo Durante.
A criminalidade no campo não tem relação com conflitos agrários. A violência na zona rural está associada ao próprio avanço do emprego de tecnologias e à utilização de caros maquinários, equipamentos, insumos e a própria produção nas propriedades rurais. ;A localização dessas propriedades, a maioria distante de postos policiais ou de postos de saúde, e a falta de iluminação adequada também caracterizam situações de vulnerabilidade, contribuindo para a atração de criminosos e a insegurança no campo;, explica André Sanches, secretário executivo do Instituto CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil).