Jéssica Eufrásio
postado em 21/08/2018 19:00
Suspeito de tentar matar o taxista Clémisson Pina Costa, 31 anos, o comerciante Franci de Brito Sousa, 43, se apresentou na 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), na tarde desta terça-feira (21/8), acompanhado de um advogado. O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira (20), entre a estação do metrô Shopping e a passarela da Rodoviária Interestadual de Brasília. A tentativa de homicídio aconteceu por volta das 3h30, quando o autor do crime chegou ao local dirigindo um Volkswagen Fox vermelho e disparou seis vezes com um revólver calibre .38 contra o carro em que estava a vítima.
A polícia havia identificado o suspeito de cometer o crime com base no depoimento de testemunhas e do próprio taxista. No entanto, após um dia de buscas, ele não havia sido encontrado, porque tinha se mudado recentemente para Águas Lindas (GO). De acordo com o delegado-adjunto da 1; DP, João de Ataliba Neto, Franci se entregou à polícia no mesmo dia em que um mandado de prisão temporária de 30 dias foi expedido contra o suspeito. "Ele se apresentou para tentar evitar uma prisão, mas não conseguiu, porque o mandado já havia sido decretado", afirmou o delegado.
Em depoimento, Franci disse que atirou contra o carro do taxista para alertá-lo e que não havia percebido a presença da vítima, que dormia no interior do veículo. Ainda segundo ele, o motivo para o crime seria um suposto caso extraconjugal entre a vítima e a mulher do comerciante em 2015. Ele teria descoberto a traição e ameaçado Clémisson. Tanto o suspeito quanto o taxista deram a mesma versão à polícia.
Em função disso, a vítima havia se mudado para o Maranhão e teria voltado para o Distrito Federal há poucos meses. "Recentemente, eles se viram durante uma corrida do taxista em Águas Lindas. Mesmo depois de receber recomendações para não fazer isso, Franci chegou buzinando na Rodoviária Interestadual para que o taxista saísse e, em seguida, efetuou os seis disparos", completou o delegado João de Ataliba. De acordo com a polícia, o suspeito foi dono de um quiosque no local e, por isso, sabia onde Clémisson trabalhava.
Os investigadores ainda tentam encontrar a arma utilizada no crime, supostamente adquirida por Franci para defesa pessoal pelo valor de R$ 2,8 mil. O suspeito afirmou que teria se livrado do revólver na BR-020,em um córrego perto de Sobradinho. Os policiais estiveram no local com uma equipe Batalhão de Policiamento com Cães da Polícia Militar (BPCães), mas não encontraram a arma.
Franci está detido na carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) da Polícia Civil. A conclusão do inquérito depende do depoimento de mais uma testemunha, além do procedimento de reconhecimento pessoal. O suspeito foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima, e pode responder pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
Atingido por um dos disparos na região lombar, Clémisson deu entrada no Hospital de Base na madrugada de ontem e não apresentava risco de morte. A Secretaria de Saúde não deu detalhes a respeito do estado da vítima e a reportagem não conseguiu contato com familiares do taxista.