Ana Viriato
postado em 22/08/2018 06:00
Desde a primeira eleição direta para senador no DF, nove dos 12 senadores eleitos na capital deram lugar, em certo período da legislatura, a suplentes ; Meira Filho, Pompeu de Sousa e José Antônio Reguffe, que cumpre mandato até 2022, são as exceções. Ao assumir as cadeiras, os substitutos dispuseram das regalias custeadas pelos cofres públicos, como auxílio-moradia, carro oficial e cota de passagens aéreas. Mesmo empossados sem votos, tiveram de marcar posição em debates e decisões. Com essa tradição brasiliense, torna-se mais importante ao eleitorado avaliar o histórico dos nomes, que, eventualmente, podem assumir o poder, em caso de morte, renúncia, cassação ou licença do titular.
Dos três senadores em exercício, um chegou à vaga graças à suplência: Hélio José (Pros). Ele assumiu a cadeira no lugar de Rodrigo Rollemberg (PSB), que deixou o Senado em 2014 para concorrer ao Palácio do Buriti. Hélio detém o maior número de comissionados entre os 81 integrantes do Senado ; são 89, no total, distribuídos entre o gabinete e um escritório externo. Antes de herdar o posto, o parlamentar havia iniciado a campanha a distrital no mesmo ano, mas desistiu, obtendo seis votos. Neste ano, o senador entrará na disputa pela Câmara dos Deputados.
Em outubro, concorrerão à Casa 19 políticos; são, portanto, 38 suplentes (veja Suplência). Os nomes dos eventuais substitutos são usados, por vezes, para aproximação entre candidato e determinado capital eleitoral, a exemplo dos segmentos evangélico ou católico. Em outros casos, eles aparecem como financiadores ; ao todo, a campanha de cada trio pode custar R$ 3 milhões.
Há dois casos emblemáticos na corrida pelo Senado deste ano. Por indicação do PSC, a primeira suplência do candidato à reeleição Cristovam Buarque (PPS), cuja trajetória política começou na esquerda, ficou com Bispo Manoel Ferreira, presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil ; Ministério Madureira, uma das maiores congregações do Brasil. O líder religioso concorreu, em 2014, ao lado de Geraldo Magela (PT) ; o petista, no entanto, foi derrotado por Reguffe.
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB) terá como primeiro suplente Luis Felipe Belmonte (PSDB), ex-advogado do senador cassado Luiz Estevão. Ele declarou R$ 65.773.659,50 em bens. O patrimônio de Belmonte é inferior só ao atestado pelo candidato do MDB ao GDF, Ibaneis Rocha, e pelo postulante ao Senado e dono da União Química, Fernando Marques (Solidariedade). Eles dispõem, respectivamente, de R$ 93,7 milhões e R$ 667,9 milhões.
Suplência
Os 19 candidatos ao Senado disputam ao lado de 38 suplentes. O registro de dois substitutos por concorrente é determinado pela Constituição Federal. Confira filiação partidária, profissão, idade e patrimônio declarado de cada um:
Amabile Pacios (PR)
1; suplente
Francisco Ferraz (DEM), advogado, 65 anos, R$ 2.236.705,79
2; suplente
Lourdinha Werneck (PSDB), empresária, 76 anos, R$ 362.604
Brigadeiro Átila Maia (PRTB)
1; suplente
Sulamita Muniz (PRTB),
professora, 55 anos, R$ 135 mil
2; suplente
Rodney Fernandes da Fonseca (PRTB), advogado, 46 anos,
R$ 38 mil
Chico Leite (Rede)
1; suplente
Álvaro Silveira Júnior, PSB, empresário, 49 anos,
R$ 20.531.001,45
2; suplente
Djacyr Arruda (PDT), advogado,
48 anos, R$ 2.778.937,25
Chico Sant;Anna (PSol)
1; suplente
Lincon Macário (PSol), jornalista, 40 anos, R$ 612.820,17
2; suplente
Eduardo D;Albergaria (PSol), servidor público federal,
37 anos, R$ 915.851,43
Cristovam Buarque (PPS)
1; suplente
Bispo Manoel Ferreira (PSC), advogado, 86 anos, R$ 5.544.321,20
2; suplente
Marcelo Aguiar (PPS), empresário, 56 anos, R$ 503.046,75
Danilo Matoso (PCO)
1; suplente
Joaquim Benedito (PCO),
servidor público aposentado,
67 anos, R$ 64.430
2; suplente
Milla (PCO), bancária, 40 anos,
R$ 416.884
Everardo Alves Ribeiro (PMN)
1; suplente
Takane (PTC), policial civil,
55 anos, R$ 1.280.000
2; suplente
Eliseu Kadesh (Patriota),
pedagogo, 37 anos, R$ 30 mil
Fadi Faraj (PRP)
1; suplente
Roberta Macedo (PRP), advogada, 36 anos, R$ 1.843.344,50
2; suplente
Almir Lopes (PRP), empresário,
54 anos, sem bem declarado
Fernando Marques (Solidariedade)
1; suplente
Pastor João Clerot (Podemos), empresário, 47 anos,
R$ 10.227.840,25
2; suplente
Mana (PSD), gerente, 41 anos,
sem bem declarado
Helio Queiroz (PP)
1; suplente
Marcinho Silva (MDB), aposentado, 62 anos, sem bem declarado
2; suplente
Marcos Domingos (PP), empresário, 51 anos,
sem bem declarado
Izalci Lucas (PSDB)
1; suplente
Luis Felipe Belmonte (PSDB), advogado, 65 anos,
R$ 65.773.659,50
2 ; suplente
Andre Felipe (PR), empresário, 50 anos, R$ 1.806.484
João Pedro Ferraz (PPL)
1; suplente
José Roberto Rutkoski (PPL), advogado, 63 anos,
sem bem declarado
2; suplente
Tiago Tarsis (Avante),
empresário, 31 anos,
R$ 256.650,01
Leila do Vôlei (PSB)
1; suplente
Leany Lemos (PSB), servidora pública federal, 48 anos,
R$ 2.662.485,36
2; suplente
Ivonete Nascimento, PCdoB, arquivista e museóloga,
58 anos, R$ 388 mil
Marcelo Neves (PT)
1; suplente
Cris Santos (PT), comunicadora,
41 anos, sem bem declarado
2; suplente
Iolanda Rodrigues (PT), professora, 50 anos, sem bem declarado
Marivaldo Pereira (PSol)
1; suplente
Marcos Toscano (PSol),
servidor público federal, 35 anos, R$ 37.543,88
2; suplente
Fernanda Granja (PSol), assistente social, 39 anos, R$ 327.300
Paulo Roque (Novo)
1; suplente
Fidelis Fantin (Novo), servidor público federal, 51 anos,
R$ 1.027.434,80
2; suplente
Cesar Olesk (Novo), odontólogo,
44 anos, R$ 1.844.724,98
Robson da Silva (PSTU)
1; suplente
Silvio Soares Filho (PSTU), professor, 67 anos, R$ 895.521,50
2; suplente
Renato Ferreira dos Santos (PSTU), professor, 64 anos, R$ 13 mil
Walisson Nascimento (PTB)
1; suplente
Euripedes Júnior (Pros), administrador, 43 anos,
sem bem declarado
2; suplente
Cristian Viana (PHS), advogado,
41 anos, sem bem declarado
Wasny de Roure (PT)
1; suplente
Olga Cristina (PT), professora,
51 anos, R$ 72.500
2; suplente
Zé Alves (PT), advogado, 54 anos, R$ 1.095.000