Jornal Correio Braziliense

Cidades

Criminosos lucraram R$ 71 milhões com venda irregular de lotes no Paranoá

O grupo mantinha um escritório em Planaltina, onde divulgava e negociava as áreas,na DF-180, na Fazenda Rajadinha, no Paranoá. Três foram presos

Agentes da Polícia Civil identificaram fraude na venda de lotes na DF-180, na Fazenda Rajadinha, no Paranoá. O lucro dos criminosos com a comercialização irregular chega a aproximadamente R$ 71 milhões, segundo a corporação. Três pessoas, de 29, 28 e 25 anos, acabaram presas e autuadas por parcelamento irregular do solo para fins urbanos. Se condenados, podem pegar até cinco anos de reclusão, além do pagamento de multa de 10 a 100 vezes o salário-mínimo.

Policiais da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) começaram a investigar os acusados após denúncia anônima. No local, seria implementado o Condomínio Brasil 21 ; que deu nome à operação.

A delegada Mareliza Gomes, chefe da Dema, explica que a área negociada pelo grupo é particular. No entanto, a empresa não teria autorização ambiental ou a licença para a implementação do loteamento na área. Cerca de oito pessoas foram vítimas do golpe.

Para a divulgação dos lotes irregulares, o grupo usava panfletos, banners, mapas, anúncios nas redes sociais e em sites especializados. O local apresentado pelo grupo mede 360.000 m;, sendo que o empreendimento visava a divisão da área em 1.185 lotes. Cada espaço mediria 300m; e era comercializado a R$ 60 mil.

Os flagrantes ocorreram na Quadra 3 do Setor Residencial Leste, na Vila Buritis, em Planaltina. O local funcionaria como sede da Cooperativa Habitacional de Brasília (COOHB21). Foram presos o gerente e principal responsável, a tesoureira e a consultora de vendas.

Um quarto homem, que seria o responsável pelo escritório, não foi encontrado. ;Ele está no Rio de Janeiro, mas também será investigado. Também identificaremos a sede da empresa;, explica Mareliza.

A delegada não exclui a possibilidade de ser aberto um novo inquérito no decorrer das investigações. ;Ainda vamos identificar as vítimas e coletar os depoimentos. Com as provas coletadas, poderão também ser enquadrados como uma associação criminosa;, finaliza.